Os médicos estão sendo espremidos

O Dr. Eric Topol relaciona as principais pressões que sofrem os médicos norte-americanos atualmente e vê a participação do paciente no próprio cuidado como novo modelo de assistência

Eu ainda atendo pacientes no consultório e posso atestar o fato de que os médicos estão sendo espremidos. Eu sinto isso, e tenho certeza que a maioria dos médicos de todo os Estados Unidos têm a mesma percepção sobre todas as diferentes forças que estão a esmaga-los.

Você pode ver todas estas forças neste desenho que coloquei logo abaixo

Tradução: Dados gerados pelo paciente – Indicadores de qualidade – Outros profissionais de saúde – Telemedicina – Falta de conhecimentos genômico – Reembolso – Clínicas médicas em lojas de varejo – Frustração com o prontuário médico eletrônico – Transparência em anotações médicas – Algortimos clínicos – Computação nas nuvens e supercomputação – Rede sociais de saúde – Satisfação do paciente – Críticas e reclamações on-line, tipo yelp.com

Diz-se que a medicina não é tão fácil de praticar como costumava ser antigamente. Temos que fazer algo sobre isso. Há uma maneira de alavancar essas forças em forças positivas e mudar o que é uma crise iminente na medicina, com tanta desilusão, em uma forma muito mais ideal e otimista para praticar medicina.

Como faremos isso? Como é que nós vamos nos livrar dessas forças que espremem os médicos – limitando-os e forçando-os a fazer coisas que eles não querem fazer – e chegar a um novo patamar de assistência?

A maneira que isso pode ser feito é transferindo, ou passando parte da responsabilidade, para os pacientes. Nem todos os pacientes estão dispostos a aceitar essa responsabilidade, mas muitos concordariam. Algumas pesquisas mostram que 80% a 90% dos pacientes querem ter acesso a seus dados médicos e querem ter um papel muito mais ativo na medicina.

Bem, deixe-os ter um papel mais ativo. Isso diminui as responsabilidades dos médicos e deixa os livres para fazer o que eles são melhores em fazer, que é proporcionar tratamento e cura, e sendo grandes comunicadores, proporcionando empatia e orientação através de toda a experiência e sabedoria que eles adquiriram ao longo do tempo.

Se diminuir para o médico a maior parte dos aspectos mais rotineiros dos cuidados em saúde – coisas que podem ser feitas pelo paciente – este novo mundo pode ir para a frente. Isto poderia criar uma excelente oportunidade para deixar uma parceria evoluir com os pacientes que estão dispostos (e, obviamente, para aqueles médicos que também estão dispostos) para tornar a prática da medicina mais emocionante, do jeito que costumava ser antes dessas forças aparecerem.

Fonte: traduzido de artigo de Eric Topol, editor-chefe, Medscape