Pode parecer improvável, mas Havana, Cuba, 2,1 milhões de habitantes, é uma das cidades mais saudáveis do planeta.
Sim, grande parte do país está na miséria, e o embargo comercial dos Estados Unidos manteve algumas das melhores tecnologias médicas fora das mãos dos trabalhadores em saúde. Mas o foco na prevenção tem ajudado muitos moradores a evitar o hospital completamente.
Considere estes fatos: Cuba, um país com 11 milhões de pessoas, tem uma expectativa de vida média de 79 anos, o mesmo que a expectativa de vida nos Estados Unidos. A taxa de mortalidade infantil é realmente melhor do que nos Estados Unidos. E do governo cubano gasta uma média de apenas US$ 400 por pessoa com cuidados de saúde, enquanto os Estados Unidos gastam cerca de US$ 9.000.
Como? Uma palavra: prevenção.
“Fundamentalmente, a prevenção é a como você consegue manter seus custos baixos”, diz Pierre Laramée, o diretor-executivo da MEDICC, uma cooperativa de esforços médicos sem fins lucrativos entre os Estados Unidos e Cuba. “Se for um país com recursos muito limitados, como Cuba, você deve colocar todos os seus recursos em intervenções mais eficazes, a maioria de baixo custo”.
Coisas simples como uma taxa de vacinação de quase 100% e exames regulares de saúde ajudam. Cada comunidade tem uma rede de consultórios médicos pequenos e acesso gratuito a “policlínicas” da região.
Grandes hospitais terciários são reservados apenas para os casos mais complicados, e os problemas que podem ser seguidos em pequenas clínicas são tratados localmente.
Cuidar de si mesmo e de seus vizinhos é uma prática que todos são ensinados desde a tenra idade, em Havana, diz Laramée. As crianças são ensinadas a fazer primeiros socorros, inclusive ressucitação cárdio-pulmonar básica, que é importante em uma área que está muitas vezes no caminho de muitos furacões e onde os serviços médicos de emergência são escassos.
“Se as pessoas são treinadas desde cedo para pensar na prevenção – a necessidade de uma nutrição adequada, a necessidade de exercício físico – isto cria uma cultura de saúde”, diz Laramée.
Outra ação do foco do governo sobre os cuidados preventivos: A faculdade de medicina é livre, e Cuba forma mais médicos do que qualquer outro país latino-americano.
Alguns críticos apontam que os médicos ganham entre US$ 20 e US$ 30 por mês, quase o mesmo que todos os outros profissionais, e muitas vezes são forçados a aceitar empregos secundários como motoristas de táxi para ganhar dinheiro extra. O tratamento para as doenças mais complicadas ou raras é muitas vezes inexistente e 25% da população masculina adulta ainda fuma.
Tudo isto dito, Havana é um excelente exemplo do que profissionais de saúde pública na América vêm dizendo há muito tempo: é melhor evitar que o problema antes do que ter que tratá-lo depois.
Fonte: traduzido de artigo de Matt Sloane, CNN