Querendo transformar a área da saúde? Pergunte como a uma enfermeira

Estar na “linha de frente” do atendimento ao paciente dá aos enfermeiros uma perspectiva única sobre a forma de melhorar a qualidade e a eficiência do sistema de saúde

Tradicionalmente, os enfermeiros têm sido a “cara da saúde” para o paciente. De acordo com a American Nurses Association (ANA), a profissão envolve a “proteção, promoção e otimização da saúde, prevenção de doenças e lesões, alívio do sofrimento e intermediação no cuidado de indivíduos, famílias, comunidades e populações”.

Infelizmente, devido à cultura do setor de saúde, os enfermeiros têm geralmente tomado o banco traseiro do veículo, comparado a médicos e administradores, quando se trata de mudar as políticas e práticas de aperfeiçoar a assistência. No entanto, há uma abundância de evidências que aponta para os enfermeiros no papel de liderança vital e crescente em práticas de saúde em todo o país. Segundo Teri Lynn Kiss, presidente da Associação Americana de Enfermeiros em Cuidados Intensivos (AACN), “os estudos confirmam que enfermeiros na liderança resultam em melhor atendimento ao paciente.”

Reforçando as evidências, em 2012, AACN começou um programa nacional de Clinical Scene Investigator (CSI), um programa de treinamento de 16 meses em liderança e inovação com equipes de enfermeiros de 42 hospitais em seis regiões. O objetivo do programa é capacitar os enfermeiros como líderes e agentes de mudança clínica, cujas iniciativas, mensuráveis, poderiam melhorar a qualidade do atendimento hospitalar. Equipes no Texas, Carolina do Norte, Indiana, Massachusetts concluíram o programa, e os resultados iniciais apontam para economias de US $ 21 milhões (equipes na Pensilvânia e em Nova York devem terminar até o final de 2014).

Teri Kiss resumiu os resultados das quatro regiões até agora dizendo que “em média, as iniciativas conduzidas pelos enfermeiros diminuíram a duração da estadia do doente na UTI e em unidades de cuidados progressivos em até um dia inteiro. Eles diminuíram em um dia o tempo necessário de uso de um ventilador mecânico. E eles cortaram as complicações e infecções em UTI pela metade. “Para alcançar essas melhorias, as equipes de CSI assumiram três desafios que muitas vezes escapam a equipe do hospital: reduzir úlceras de pressão da pele, prevenir quedas, e ajudar os pacientes a se movimentar mais cedo.

A equipe de CSI no Brigham and Womens’s Hospital em Boston implementou, um programa de prevenção de úlceras de pressão baseada em evidências, acrescentando uma avaliação feita por duas pessoas, da cabeça aos pés, quando um paciente é admitido, e teste de novos produtos para proteção do decúbito e incontinência. Eles reduziram úlceras de pressão na parte inferior das costas em 63% e geraram uma poupança hospitalar de quase US $ 2 milhões por ano.

A equipe do St. Francis Health em Indianapolis desenvolveu uma iniciativa de “Zona Livre de Queda” que combina educação de seu pessoal em prevenção de queda, com um contrato de prevenção de quedas com o paciente e família. Eles diminuíram quedas do paciente em 35%, com uma economia anual prevista de mais de US $ 120.000.

Sete das equipes CSI assumiram o desafio de ajudar pacientes de UTI a se movimentarem mais cedo. A economia hospitalar anual projetada por essas iniciativas é de mais de US $ 6 milhões. Movimentação precoce é importante porque reduz o risco de consequências indesejadas e custosas de doenças graves, como infecções hospitalares.

Alguns dos resultados mais impressionantes e abrangentes até agora são da equipe do Duke Raleigh Hospital. Eles engajaram toda a equipe de assistência ao paciente – médicos, enfermeiros, administradores, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais – a reformular como mobilizar pacientes gravemente enfermos. Eles desenvolveram um protocolo que diminuiu em um dia, o tempo médio de permanência dos pacientes no pós-operatório na UTI e daqueles que necessitam de ventilação mecânica. Os resultados tiveram um impacto favorável sobre os índices de satisfação dos pacientes e economizou ao hospital mais de US$ 1,2 milhões por ano.

Material do projeto, de cada equipe, está disponível através de uma base de dados on-line gratuita pesquisável, que já está sendo usado como um recurso por hospitais não participantes, desenvolvendo as suas próprias iniciativas. Por exemplo, as enfermeiras no Inova Fairfax Medical Campus em Falls Church, Virginia criaram projeto para alcançar uma redução de 80 por cento das infecções sanguíneas associadas a cateter central em UTIs, e US$ 962.000 em economia.

A mensagem para os administradores de hospital deve ser clara – se você está querendo melhorar a qualidade do atendimento e reduzir custos, procure falar com as pessoas que trabalham na linha de frente todos os dias – fale com uma enfermeira.

Fonte: Traduzido de forbes.com, artigo de Rob Szczerba