Segurança dos pacientes é o foco da iniciativa oferecida pela OMS

Na segunda edição do Prêmio Latino Americano de Excelência em Higienização das Mãos, foram selecionados nove hospitais finalistas e, dentre eles, quatro saíram vencedores. O Brasil mostrou perfeição no controle das infecções hospitalares e, pelo segundo ano consecutivo, conquistou uma vitória através do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo.

Além do hospital brasileiro, outros três hospitais que mais se destacaram nas práticas de segurança ao paciente, através da higienização correta das mãos, venceram a última edição, são eles: o Hospital Escuela “Gral. José Francisco de San Martín”, de Corrientes, na Argentina; o hospital “Del Ñiños Roberto Gilbert”, em Guayaquil, no Equador; e o Hospital General de Medellin – Luz Castro de Gutierrez, na Colômbia.

Destinado aos hospitais e instituições de saúde, o prêmio é uma iniciativa do Centro de Colaboração da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre Segurança do Paciente dos Hospitais Universitários de Genebra, Suíça, em conjunto com as Sociedades Europeias de Controle de Infecção de diversos países. Promovido inicialmente na Europa e Ásia Pacífico (2010) e, pela segunda vez, na América Latina, o objetivo do prêmio é identificar e reconhecer as instituições que demonstram excelência nos cuidados de saúde, além da preocupação em melhorar a segurança dos pacientes, por meio da implementação da estratégia multimodal da OMS para a melhoria da higienização das mãos.

A estratégia traduz, na prática, as principais recomendações sobre a higiene das mãos e é acompanhada por uma ampla gama de ações para serem aplicadas nos estabelecimentos de saúde da seguinte forma: mudança de sistema, formação e educação dos profissionais e pacientes, avaliação e feedback das ações, lembretes no local de trabalho e clima institucional seguro que facilite a sensibilização dos profissionais quanto à segurança do paciente.

A edição 2015-2016 do prêmio, contou com 36 instituições inscritas. Segundo Márcia Baraldi, Enfermeira Líder do Programa de Higienização das Mãos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a instituição se reorganizou e passou pelas adequações sugeridas na estratégia multimodal da OMS. Entre elas: reforço em treinamentos para conscientização da importância das medidas preventivas (higienização das mãos) tanto para a equipe assistencial quanto para pacientes, acompanhantes, familiares e visitantes, reformulação do ambiente hospitalar e divulgação quanto aos avanços no controle das infecções relacionadas à assistência à saúde dessas patologias.

“Através do prêmio conseguimos gerar uma grande mobilização. Essa é a segunda vez que concorremos e esse ano saímos vitoriosos. Para nós, significa que os esforços diários para o controle de infecções estão no caminho certo. Estamos muito felizes pelo reconhecimento e pela oportunidade de trocar experiências”, afirmou Márcia.

A cerimônia de premiação desta edição será realizada durante o Congresso Panamericano de Controle de Infecção, no México, no período de 11 a 14 de outubro de 2016.

HISTÓRICO

A primeira edição do “Prêmio Latino Americano de Excelência e Inovação na Higiene das Mãos” aconteceu em 2014 sob a coordenação da Aesculap Academia, instituição de ensino do Grupo B. Braun, com 85 hospitais inscritos em toda a América Latina. Para Cristina Pinho, Gerente da Aesculap Academia, “este prêmio é um incentivo às boas práticas de higienização das mãos e uma forma de reconhecimento aos hospitais que se destacaram na implantação da estratégia multimodal da OMS. Estes hospitais agora são referência nas suas respectivas regiões, atuando como multiplicadores na disseminação destas práticas”.

NO BRASIL

Cerca de 100 mil brasileiros morrem todos os anos vítima de infecções hospitalares, segundo levantamento feito pela ANbio (Agência Nacional de Biossegurança), em 2011.

São consideradas infecções hospitalares qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia.

A principal causa dessas infecções está no toque das mãos não higienizadas corretamente, em pacientes com imunidades baixas. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país. Segundo o Prof. Didier Pittet, “a infecção hospitalar é como uma pandemia silenciosa. Um problema universal. No entanto, ao higienizar as mãos, friccionando-as com álcool gel, os profissionais de saúde podem ajudar a prevenir doenças e contribuir para a redução da mortalidade global”.

Pittet é médico, professor de Medicina e Epidemiologia Hospitalar, especialista em doenças infecciosas no Hospital Universitário de Genebra, na Suíça, diretor do Programa de Infecção Hospitalar e do Centro de Colaboração sobre Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde (OMS) e líder das Campanhas da OMS “Cuidado limpo é Cuidado mais seguro” e “Salve vidas, limpe suas mãos”.

onte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz – 30.06.2016