O cenário atual do setor hospitalar brasileiro demonstra algumas tendências como a verticalização, movimentos de fusões e aquisições bem como de compras centralizadas. Uma central de compras é um dos modelos cada vez mais implementados que requer muito planejamento e logística.
Três pilares precisam estar em funcionamento harmônico para que o modelo funcione: diretrizes e processos claros e definidos; tecnologia de TI robusta que garanta informação certa na hora certa; e pessoas capacitadas e comprometidas. Embora a redução de custos seja o objetivo maior de quem participa de uma central dessas, é preciso saber que também existem riscos e divergências. Logo, um pouco de cautela ao avaliar uma central dessas não fará mal a ninguém; grandes entusiasmos com propostas teoricamente lógicas e racionais podem não resistir à análises mais profundas e aos resultados práticos.
Grandes centrais de compras se tornam objeto de cobiça de todo vendedor que procura colocar seus produtos para um número cada vez maior de consumidores. Junto com essa cobiça podem vir práticas pouco éticas tanto de parte de vendedores como de compradores. Quanto maior a central maior a cobiça e maior a vulnerabilidade do sistema e necessidade de controles. Por outro lado as necessidades logísticas também aumentam muito à medida que a central cresce de tal forma que o objetivo de ganhos de escala inicialmente embutidos na proposta correm o risco de se tornarem empecilhos para maior eficiência no sistema pecando pelas dificuldades devidas ao tamanho e complexidade de gerir uma grande operação de compra, estocagem, distribuição e outros detalhes que se seguem ao ganho de escala.
Algumas unidades também reclamam que as grandes centrais tornam as relações impessoais, perdendo-se contatos que, as vezes, até podem levar a compras mais baratas pelas unidades quando comparadas aos preços praticados por toda a central.