Para entidade, falta clareza na proposta, que busca apenas dar um retorno às críticas feitas ao ensino da Medicina
O presidente da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão, traz questionamentos sobre o anúncio feito essa semana, pelo Ministério da Educação, sobre mudanças no modo de avaliação das faculdades de Medicina e seus alunos. A partir de 2016, as escolas serão avaliadas in loco, e os acadêmicos, a cada dois anos (2º, 4º e 6º anos).
“Existe algo de positivo, porque é uma forma de ouvir corpos discente e docente, conferir estruturas, avaliar condições de hospitais ou postos de saúde para o ensino, entre outros fatores. Porém, ainda não está claro como essa avaliação será feita, por quem, com quais critérios e quanto tempo irá durar”, questiona Meinão.
Ele destaca os cuidados nesse processo, já que um diagnóstico fiel não pode ser feito em um ou dois dias, além da necessidade de uma ação consistente e eficaz a partir da análise.
“Já existiu uma comissão, presidida pelo médico Adib Jatene, que fez esse trabalho e os resultados negativos provocaram a interrupção da matrícula em alguns cursos e a redução do numero de vagas de outros. Mas logo depois, uma portaria do MEC cancelou todas essas medidas e a situação voltou ao que era”, acentua. “Um retrocesso lamentável”
Sobre avaliação do aluno, o presidente da APM lembra que as grades curriculares são diferentes de uma escola para outra, por isso, não há como padronizar. “Da mesma forma, o que será feito com os alunos que não tiverem boa avaliação? Irão continuar? Queremos que ocorram avaliações e uma atuação firme frente aos resultados ruins, e não há uma sinalização nesse sentido.”
Meinão diz ainda que é prudente e imprescindível integrar representantes de setores da sociedade nesse processo, principalmente os Conselhos Regionais de Medicina, pois são autarquias com função de zelar pelo exercício ético da profissão.