Um líder centralizador não só gasta seu tempo em coisas que não deveriam ser sua função, como está preparando mal sua equipe e reduzindo o nível de estímulo do trabalho
Muitos profissionais, inclusive aqueles que deveriam liderar uma equipe, se esforçam para participar de absolutamente todos os processos e decisões. Muitas vezes, além do que deveriam.
Se você é um centralizador – do tipo que pede para ser copiado em todos os e-mails e quer estar em todas as reuniões -, é hora de parar um segundo. Um líder centralizador não só gasta seu tempo em coisas que não deveriam ser sua função, como está preparando mal sua equipe e reduzindo o nível de estímulo do trabalho.
Um líder deve se dedicar a assuntos prioritários, estratégicos. Isto significa que ele não pode ficar preso à rotina do negócio.
O verdadeiro líder entende que não pode mover um negócio bem-sucedido sozinho e que é preciso preparar os colaboradores, além de motivá-los. Essa é justamente a maior vantagem de se delegar funções, segundo os profissionais de coaching ouvidos pela CIO. Assim, o líder cria colaboradores multifuncionais, pensantes, que encontram soluções para os problemas da área ou mesmo do negócio.
Além disso, a postura valoriza os profissionais e cria um maior comprometimento com resultados, já que eles se sentem parte do processo. Obviamente, o líder perde certo poder nas decisões rotineiras, mas ganha uma equipe mais dedicada e mais tempo para certificar-se de que os projetos caminham para o resultado desejado e para apresentar e divulgar os feitos da área para a direção.
É compreensível que os líderes tenham a tendência de querer acompanhar todos os processos em andamento na área, já que, quando algo errado acontece, ele geralmente é responsabilizado. Porém, a probabilidade de as coisas não andarem – ou não andarem como o esperado – é maior se o líder for um centralizador, ainda mais nos dias de hoje em que as pessoas estão acumulando funções e tarefas.
Você ganhará poder se delegar funções. Mas sua equipe está preparada para isso? Com que velocidade você pode se afastar de tarefas rotineiras para centrar-se no que realmente importa?
Para ajudar os profissionais que estão dispostos a abrir mão de parte de seu controle, listamos dez pontos importantes a serem observados, segundo os profissionais de coaching.
1- Observe sua equipe. Conheça cada uma das pessoas que trabalham com você, a personalidade, os pontos fortes e fracos.
2- Seja transparente. Deixe muito claro os valores, a missão e a estratégia da empresa.
3- Entenda que esse não será um desafio só para você, mas para todas as pessoas da equipe. E, talvez, elas não tenham sido preparadas para isso antes.
4- Confie no seu time. Você escolheu as pessoas que se reportam a você? Elas estão há algum tempo na sua equipe? Então porque não confiar na capacidade de discernimento delas? Demonstre confiança.
5- Não espere que os outros façam as coisas exatamente como você. Entenda que cada um se organiza de uma forma diferente e o seu modelo não é o ideal, é só o seu jeito.
6- Acompanhe os passos dos projetos. Estabeleça a necessidade de relatórios no início do processo. Trabalhe com cronogramas, prazos e metas para não deixar ninguém perdido.
7- Baixe o nível de ansiedade. Ao delegar funções, é possível que você esteja pedindo algo novo para alguém. Entenda a possibilidade de o profissional precisar de algum tempo para se organizar e começar a produzir.
8 – Saiba que erros serão cometidos. Aceite que eles ocorrerão da mesma forma que aconteceriam se você fosse o responsável pelas funções. Quando toda a equipe, porém, aprende com os erros, a probabilidade de voltarem a acontecer é menor.
9- Não esconda informações e mostre-se disponível. Isto é fundamental para que o time sinta-se confiante em partilhar dúvidas e informações quando achar importante.
10 – Sempre dê feedbacks. Essa é uma ferramenta fundamental para a evolução de sua equipe. Aponte os pontos positivos e negativos, mas o faça como estímulo para que as pessoas busquem aperfeiçoamento. Se for o caso, estabeleça uma parceria com o RH para cursos e palestras.
Fonte: Eric Bloom, CIO/EUA em computerworld.com