Jairo Martins, superintendente-geral da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ)
A trajetória em busca da excelência da gestão é um processo evolutivo, que exige tempo, atitude e disposição por parte das organizações uma vez que são organismos vivos, em transformação e sofrem impactos das mudanças externas.
Mas qual seria o ponto inicial desta trajetória? De acordo com os critérios disseminados pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e que compõem o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), a liderança. É por meio dela, aliada à ética e à governança, que as organizações conseguem trilhar o caminho da excelência da gestão, contribuindo, de forma direta e decisiva, para que as empresas se tornem sustentáveis, atinjam seus resultados e gerem valor à sociedade.
Uma organização que deseja crescer de forma perene e sistêmica precisa exercitar a liderança diariamente e a comunicação, neste sentido, tem papel fundamental, uma vez que permite a integração de todas as partes do processo. A partir dela valores e conceitos de ética serão disseminados, gerando o engajamento de colaboradores e a estruturação de práticas de gestão e das condições necessárias à busca da excelência.
Com foco na realidade das Micro e Pequenas Empresas (MPE), a FNQ elaborou uma série de premissas que podem nortear os gestores na construção de práticas que incentivam a liderança e a sua inserção no programa de gestão da empresa:
– construir a missão da empresa e disseminá-la aos seus colaboradores;
– verificar de que forma a ética é praticada e incentivada pelos dirigentes nas relações internas e externas, como no tratamento com clientes, colaboradores, fornecedores, comunidade, entre outros. É fundamental estabelecer princípios para promover e assegurar o comportamento ético nas relações;
– líderes e gestores devem analisar constantemente o desempenho da sua empresa para garantir que seus objetivos e metas sejam cumpridos. A análise deve ser realizada de forma sistêmica e relacionada a aspectos financeiros, de produção, de vendas, de clientes, de colaboradores e de fornecedores.
– as metas, os objetivos, as estratégias e os resultados precisam ser compartilhados com os colaboradores para que o grupo possa buscar os mesmos ideais. Sabe-se que, quando os colaboradores da empresa entendem os objetivos e acompanham os resultados, o nível de produtividade e comprometimento aumenta.
– é função da liderança formar e desenvolver novos líderes, de forma estruturada, evitando preferências pessoais. O crescimento da empresa e a capacidade e as competências gerenciais estão diretamente ligados aos investimentos no desenvolvimento de gestores e na liderança.
– analisar cenários e antecipar-se às tendências auxiliam no crescimento das empresas e no processo de construção da inovação. É importante buscar informações e conhecimento, assim como criar parcerias que possam promover a cultura de inovação, de melhoria e de excelência. A liderança deve apoiar o desenvolvimento de um ambiente propício ao incentivo e à troca de ideias.
Fonte: FNQ