Marta Regina de Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi recebida pela diretoria da Associação Paulista de Medicina (APM) na última quinta-feira (14), para apresentar um projeto de Caderneta com dados de saúde dos idosos.
De acordo com ela, o idoso é muito fragilizado na saúde suplementar, não tem o acesso facilitado, acaba dando muitas voltas na rede, muitas vezes agravando os problemas. “O Brasil não tem estruturas de cuidados paliativos e atenção domiciliar, por exemplo, e os geriatras e clínicos gerais, fundamentais para o cuidado dos idosos, são desvalorizados. Como fazer as pessoas que estão vivendo cada vez mais, viverem melhor?”
Marta apresentou a proposta inicial do novo documento, que foi inspirada na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde, e pediu a opinião dos presentes. Entre os itens sugeridos de acompanhamento estão pressão arterial, colesterol, uso de medicamentos, registros de internações e cirurgias, doenças crônicas, quedas e fraturas anteriores etc.
Saiba mais sobre a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa
O diretor de Tecnologia da Informação da APM, Antônio Carlos Endrigo, disse que as informações dos idosos são um pouco mais complexas do que as de um cartão da gestante ou caderneta de vacinação, por exemplo, e ressaltou que os dados devem estar disponíveis onde quer que o idoso vá, por isso uma solução tecnológica seria interessante.
O presidente da APM, Florisval Meinão, parabenizou a iniciativa e disse acreditar que sua complexidade de implantação se assemelha à da TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar). “Desta maneira, um exemplo de sucesso a ser seguido é o COPISS – Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar, implementado à época de criação da TISS e que teve grande participação da classe médica”, sugere.
Cleusa Cascaes Dias, diretora da 6ª Distrital da APM, afirmou que trabalha em hospitais e sabe que os idosos são pouco acolhidos. “Na rede pública, temos contato com a Caderneta do Ministério, mas ela é um verdadeiro livro de memórias, e já enfrentamos problemas com os custos de sua impressão. Este tipo de material também aumenta o trabalho do médico e outros profissionais da Saúde, por causa do tempo para preenchimento, então é algo a ser avaliado.”
Lançamento no dia 24/05
No próximo dia 24 de maio, haverá o lançamento da metodologia que embasará a Caderneta do Idoso. De acordo com a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, a ideia é já captar instituições que queiram participar da fase piloto do projeto, a exemplo do que foi feito com o do parto adequado. “Fizemos esta proposta em parceira com o Hospital Albert Einstein e estamos tendo excelentes resultados, em tempo recorde, nos primeiros 42 hospitais que aplicamos. A partir de setembro, já vamos estender o projeto do parto adequado para 100 hospitais”, finaliza Marta.