A potência do sistema dinâmico do Einstein, que privilegia a dignidade do paciente e a gestão do conhecimento científico, mantém a instituição no topo
Menos o lugar e mais o sistema. Com esta frase podemos resumir a grande mudança do século passado para este, que explica quais hospitais e clínicas operam com maior êxito. As melhores instituições da região caminham para consolidar uma rede que integra diversos níveis da vida do paciente, família e comunidade. E para se firmarem como um lugar onde diagnóstico científico e inovação de processos se casam com organizações que testam diversos modelos de eficiência.
É por isso que hoje as unidades de saúde aumentam sua complexidade e se apresentam em constante transformação, em um processo que não está livre de dilemas e conflitos, mas que se mostra heterogêneo e estimulante como indústria. Não é teoria e sim, realidade.
Veja o ranking dos melhores hospitais da América Latina
Há poucos meses, a AméricaEconomia realizou o primeiro fórum do cluster de saúde na América Latina. Um evento que refletiu sobre os desafios imposto pelas demandas dos usuários a instituições e governos, já que aqueles requerem serviços de saúde cada vez mais complexos. E a resposta é uma explosão de diversidade de oferta. As instituições se dividem naquelas (1) de gestão pública, (2) universitária pública, (3) de gestão privada e (4) universitária privada, prevalecendo estas duas últimas na América Latina.
O Ranking de Clínicas e Hospitais 2015 da AméricaEconomia agrupa e revela uma radiografia de 43 destes centros. E tem como resultado mais relevante a confirmação da continuidade do crescimento em qualidade e complexidade para atender os pacientes da região.
Na primeira posição, o brasileiro Albert Einstein consolida mais uma vez sua liderança, mantendo uma ampla brecha de pontuação em relação aos demais. Como demonstra nossa análise, a entidade encabeça a lista com os melhores indicadores de segurança e dignidade para o paciente. Também está à frente em capacidade e, sobretudo, se mantém novamente com 100% de prestígio. Vale dizer que é reconhecida em toda a região como a melhor instituição hospitalar.
Ademais, notória e muito relevante para seu futuro é a liderança nos indicadores de gestão do conhecimento: de toda a produção científica expressada em publicações da Base ISI (International Scientific Information), informação levada em conta por este ranking, os papers do Eistein constituem 32% do conjunto de criação científica. Um número que, lamentavelmente, fala não só da potência da entidade paulista, mas também da dívida de grande parte dos demais 42 centros de saúde analisados.
Atrás do Einsten, aparece novamente a clínica Alemana, que também demonstra sua força como a melhor chilena e a melhor de língua espanhola de toda a região, posição conquistada especialmente por conta de sua equipe médica. No ano de 2010, registrava um quadro de 392 médicos de perído integral e meio período e no deste ano conta com 1.001, um crescimento superior a 30% no período. Além disso, quase 100% de seus profissionais apresentam a mais diversa gama de especializações. Assim, ela está à frente desde 2010 no que se refere ao conjunto profissional de talentos em termos de médicos, enfermeiros, corpo diretivo e administrativo.
Há ainda novidades. Um notável salto foi dado pela Clínica Valle de Lili, que subiu do 5º para o 3º lugar, firmando-se como a melhor instituição colombiana e a maior em prestígio. Vale ressaltar suas conquistas em matéria de gestão de conhecimento. Em 2010, tinha uma produção científica bianual de 40 papers Base ISI, e hoje esse número chega a 108 publicações indexadas, um crescimento de 63% e resultado do expressivo aumento de investimentos em diagnóstico, bem como de convênios estratégicos. Um deles, firmado com a Universidade Icesi em 2009, estabeleceu uma parceria para um programa de medicina.
Entretanto, se nos esforçarmos para visualizar a alta qualidade hospitalar associada ao crescimento do setor, o conteúdo do Top 10 mostra aspectos relevantes. As de excelência se concentram nas capitais ou em regiões e cidades próximas aos grandes centros urbanos. Um caso de destaque é o hospital Universitário Austral (4°), primeira instituição argentina a decolar neste ranking.
Não está localizado em Buenos Aires, mas sim em Pilar – pequena cidade satélite, no noroeste da província de Buenos Aires onde um projeto impulsionado pela própria unidade e pela Universidade Austral consolida ali um moderno parque tecnológico, que vem desenvolvendo iniciativas empresariais em áreas como biomedicina e biologia molecular.
Exemplos similares ocorrem na Colômbia, com a Fundação Cardiovascular (5°), na cidade de Bucaramanga, e o hospital Palbo Tobón Uribe (9°), da cidade de Medellín – ambos complexos hospitalares instalados em localidades que vêm liderando o crescimento industrial e tecnológico do país.
Destaca-se ainda a classificação de 21 hospitais que já aparecem desde a edição de 2011 do ranking. Graças a esse universo mais delimitado, pode-se verificar mais robustez em alguns números no último período. Os hospitais cresceram em tamanho e complexidade. Em 2010, a média de especialidades deste conjunto era de 29 e chegou a 55 em 2014, o que indica um aumento de capacidade de atendimento às diversas demandas dos pacientes.
É claro que a situação não é homogênea porque cada país possui seu próprio entorno regulatório e de seguros de saúde, mas é possível afirmar que a oferta de serviços hospitalares na região vive o melhor momento de sua história. Também estamos aperfeiçoando nossas ferramentas metodológicas e enfoques de diagnóstico para dar conta disso. Importante esclarecer que, apesar de ser publicado pela AméricaEconomia desde 2009, foi a edição de 2011 do ranking que consolidou um conjunto de variáveis e indicadores que configuram os pilares da qualidade hospitalar na América Latina.
Os gráficos desta edição ilustram o crescimento em diversos âmbitos tanto em qualidade quanto em complexidade das 21 instituições que estão no levantamento desde 2011. O propósito é mostrar um panorama amplo e focado das tendências em evolução na indústria de saúde regional.
Fonte: AmericaEconomia