O estudo mostra que apenas 3 em cada 100 médicos associados da SOGESP não apontam pressões dos planos de saúde no exercício da medicina.
30/08/2012 – Acontece Comunicação e Notícias
Em coletiva à imprensa na manhã de 30 de agosto, durante o XVII Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, a SOGESP apresentou pesquisa Datafolha especialmente encomendada para dimensionar os problemas que os ginecologistas e obstetras de São Paulo enfrentam no dia a dia da saúde suplementar. Os resultados são estarrecedores; confirmam a sensação de que está se tornando inviável prestar serviço aos convênios, particularmente em virtude da interferência na prática médica.
O estudo mostra que apenas 3 em cada 100 médicos associados da SOGESP (que atendem na saúde suplementar) não apontam pressões dos planos de saúde no exercício da medicina. Os outros 97 afirmam que tem, sim, percepção de interferências, sendo que praticamente 6 em cada 10 denunciam alto grau de interferência – notas 4 e 5 em uma escala de 1 a 5. Entre os quatro tipos de interferências avaliados, 88% dos médicos associados destacam glosa a procedimentos ou medidas terapêuticas; 80% reclamam de interferência em atos diagnósticos e terapêuticos mediante a designação de auditores.
Mais um número alarmante: 6 em cada 10 que atendem planos apontam pressões quando o procedimento indicado é a internação e também no período de pré-operatório; ou seja, um risco à prática segura da medicina, à saúde e à vida de muitas pacientes e de seus bebês. Na opinião da grande maioria dos médicos associados, 93%, as operadoras de planos de saúde também dificultam a realização de exames e procedimento de alta complexidade. Para piorar o quadro, apenas 12% consideram a qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de saúde, como ótima ou boa. Entre o restante, 47% avaliam como ruim ou péssima e 41%, como regular.
Em outra fase da pesquisa, que desenha o perfil dos tocoginecologistas da SOGESP, um dado gravíssimo: 13 % anunciaram que já deixaram de exercer a obstetrícia, devido, em especial, aos baixos honorários e a obrigatoriedade de disponibilidade em período integral. O dado, aliás, apenas explicita o que já era sabido na especialidade e vem reforçar a relevância da luta atual da SOGESP por remuneração pela disponibilidade ao parto. Outra estatística reveladora evidencia que o médico associado dedica em média, 55 horas semanais ao exercício da especialidade. Vale notar que entre os médicos que atuam em ambas as áreas, ginecologia e obstetrícia, a carga horária média, é mais elevada, 57 horas semanais.
Para a pesquisa, foram realizadas 451 entrevistas distribuídas no Estado de São Paulo. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 4,0 pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95% e um universo de 5.388 médicos. O campo aconteceu entre os dias 25 e junho e 6 de julho de 2012.