Proposta de otimização da produtividade do setor de coleta externa de um hemocentro do Estado de São Paulo

Renê Felippe Ohtani, Jaqueline Oliveira Valdeviño Nascimento, Ticiane Nishimoto, Nancy Val y Val Peres da Mota, Susana Lambert

Resumo


Introdução: Segundo dados brasileiros coletados em 2015, nota-se uma queda do número de coleta de bolsas de sangue em comparação com o ano anterior. Um grande hemocentro do Estado de São Paulo oferece um serviço de coleta externa, enviando uma equipe para coletar bolsas no local de uma instituição que deseja realizar uma campanha de doação de sangue. Com o conhecimento deste serviço, foi gerada uma demanda superior à oferta oferecida pelo hemocentro. Objetivo: O objetivo deste artigo é descrever os processos do serviço de coleta externa, realizar uma análise dos resultados do ano de 2017 em comparação com os demais postos de coleta deste hemocentro e propor estratégias de melhoria sobre esta atividade. Material e Método: Foram realizadas entrevistas, análise de documentos e dados dos resultados operacionais. A partir desta análise, foi proposto quatro cenários de melhoria sobre a operação. Resultados: A coleta externa ocorre apenas em dois dias da semana e tem seu fluxo similar ao adotado nos demais postos fixos. A maior diferença é em relação ao agendamento, vistoria do local, armazenamento das bolsas e transporte de equipamentos, materiais e funcionários. Dados indicam que a produtividade da coleta externa foi de apenas 3.367 bolsas, sendo a segunda área com menor produção. Quando ajustado aos seus dias de funcionamento, a coleta externa apresenta a segunda maior produtividade entre todos os postos. A relação entre bolsas coletadas e capacidade operacional de todos os postos mostra uma utilização da infraestrutura inferior a 50% da capacidade máxima, sendo a coleta externa o setor que tem melhores valores sobre este indicador. Com a identificação desta oportunidade, foram propostos 4 cenários que permitiriam aumentar o número de bolsas coletadas. Discussão: A baixa porcentagem de utilização da capacidade operacional da maioria dos postos pode ser explicada pela inadequação do quadro de funcionários da organização. Por representar um serviço com demanda programada desde o início do ano, a coleta externa tem pontos fortes e oportunidades de melhoria para aumentar o número de bolsas coletadas. Dessa forma, uma Matriz B.A.S.I.C.O. foi montada a partir dos cenários propostos nos resultados. Conclusão: Com o entendimento do processo realizado durante uma coleta externa de bolsas de sangue, foi possível identificar o principal fator limitante da operação através da análise dos dados de produção. Destaca-se também o impacto dessas coletas sobre o resultado total do hemocentro, bem como sua capacidade operacional e a relação entre os demais postos. Ao final das análises, observou-se a existência de um grande potencial de melhoria sobre o setor de coletas externas. Dessa forma os quatro cenários de melhoria podem proporcionar um melhor resultado com baixo investimento adicional, podendo ser priorizado o cenário 1, o primeiro ranqueado da Matriz B.A.S.I.C.O.


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DOI: http://dx.doi.org/10.23973/ras.71.98

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