Estudo de viabilização e proposta de implantação de sistema kanban

Rev. Adm. Saúde  Vol. 17,  Nº 67, Abr. – Jun. 2017

http://dx.doi.org/10.23973/ras.67.26

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Estudo de viabilização e proposta de implantação de sistema kanban em uma central de atendimento por dose individualizada

Study of viability and proposal for the implementation of a kanban system in an individualized service center

 

Ingrid da Rosa Fuccia1, Mirian Teresa Matsufugi2, Maria Cleusa Martins3, Andrea Cassia Pereira Sforsin4, Vanusa Barbosa Pinto5

 

1. Graduação em farmácia pela Universidade Cruzeiro do Sul, especialização em farmácia hospitalar pelo HCFMUSP. Aluna de Pós-Graduação da Residência Profissional em Assistência Farmacêutica Hospitalar e Clínica da Residência, da Divisão de Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

2. Graduação em farmácia pela Faculdade Oswaldo Cruz, especialização em farmácia hospitalar pelo HCFMUSP. Farmacêutica Chefe da Assistência Farmacêutica ao Paciente Internado, do Instituto Central do Hospital das Clíncas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

3. Graduação em farmácia pela Faculdade Oswaldo Cruz, especialização em Economia da Saúde pela Universidade de São Paulo e mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de São Paulo (2001).  Farmacêutica Supervisora do Curso de Especialização em Farmácia Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Coordenadora Técnica Programa Residência da Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

4. Graduação em farmácia pela Faculdade Oswaldo Cruz, especialização em farmácia hospitalar pelo HCFMUSP. Diretora Técnica de Saúde I da Divisão de Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

5. Graduação em farmácia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especialização em farmácia hospitalar pelo HCFMUSP. Diretora da Divisão de Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

 

 

 

RESUMO

No presente trabalho foi realizado um diagnóstico situacional de uma central de atendimento por dose individualizada, a fim de propor um sistema kanban para auxiliar na elaboração dos pedidos de medicamentos à seção de logística, por meio de sinalização visual de etiquetas, afixadas nos bins das estações de trabalho, proporcionando agilidade nos processos de separação de medicamentos. O estudo realizado é do tipo descritivo, onde foi verificado se as ferramentas criadas facilitam a elaboração dos pedidos de forma que seja possível elaborar uma solicitação de acordo com o gabarito de medicamentos com a capacidade de armazenamento dos itens, conforme seu consumo médio diário, e organizar as estações de separação dos medicamentos segundo a criticidade das unidades de internação. Em resumo, o sistema kanban é uma ferramenta que facilita na gestão dos processos logísticos, mas que para ter um bom funcionamento, é necessário realizar a sensibilização de toda a equipe de colaboradores.

Palavras-chave: Serviço de Farmácia Hospitalar. Armazenamento de medicamentos. Kanban.

 

ABSTRACY

In the present study, a situational diagnosis of an individualized service center was carried out in order to propose a kanban system to assist in the preparation of medication orders to the logistics section through visual signaling of labels affixed to the bins of the stations of work, providing agility in the processes of drug separation. The study carried out is a descriptive one, where it was verified if the tools created facilitate the preparation of the requests so that it is possible to prepare a request according to the medication template with the storage capacity of the items, according to their average daily consumption, and organize the separation stations according to the criticality of the hospitalization units. In short, the kanban system is a tool that facilitates the management of the logistics processes, but in order to have a smooth operation, it is necessary to raise the awareness of the entire team of employees.

Keywords: Hospital Pharmacy Service. Storage of medicines. Kanban.

 

 

 

INTRODUÇÃO

Farmácia hospitalar

A farmácia hospitalar, segundo a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), é “uma unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente”, tem como objetivo contribuir no cuidado à saúde, visando melhorar a qualidade da assistência prestada ao paciente, através da promoção de uso seguro e racional de medicamentos e produtos para a saúde1. Dessa forma, considera-se um serviço de apoio essencial ao hospital2. 

 

 

 

Sistema de Distribuição de Medicamentos

As atividades de armazenamento, distribuição, dispensação e controle de todos os medicamentos e produtos para a saúde usados pelos pacientes internados e ambulatoriais do hospital, são de responsabilidade da farmácia hospitalar, assim como o fracionamento e o preparo dos medicamentos1.

A implantação de um sistema de distribuição de medicamentos, de forma a racionalizar e otimizar o uso dos medicamentos, deverá ser priorizado pelo farmacêutico e pela instituição de forma que os processos promovam maior segurança para os pacientes1.

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) indica como objetivo de um sistema racional de distribuição de medicamentos2:

a)    Diminuição de erros de medicação;

b)    Racionalizar a distribuição e administração de medicamentos;

c)    Aumentar o controle sobre os medicamentos, acesso do farmacêutico às informações sobre o paciente;

d)    Diminuir os custos com medicamentos;

e)    Aumentar a segurança para o paciente.

Quanto aos sistemas de distribuição dos medicamentos, eles são classificados em sistema de distribuição2:

a)    Coletivo;

b)    Sistema de distribuição de medicamentos por prescrição individualizada (SDMPI);

c)    Sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (SDMDU).

Sistema de distribuição coletivo: os medicamentos são distribuídos para as unidades de internação ou demais unidades assistências a partir de uma solicitação baseada em consumo médio e não são realizados em nome dos pacientes. Esse sistema pode levar a falta de controle, desvios, má conservação, erros de administração2,3.

Sistema de distribuição de medicamentos por prescrição individualizada (SDMPI): os medicamentos são distribuídos em nome do paciente, por um período de 24 horas, através da cópia da prescrição médica (direto) ou por meio da transcrição da prescrição médica (indireto). Sendo o mais recomendado o sistema direto, por ser mais seguro2,3.

Sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (SDMDU): Os medicamentos são distribuídos por paciente, para 24 horas, podendo também ser feito por turnos. Os medicamentos são separados por horários de administração e prontos para uso conforme prescrição médica, de forma individualizada e identificada por paciente. Esse sistema é o mais seguro, porém, necessita de maior investimento2,3.

Os sistemas de distribuição ainda podem ser classificados como: centralizados, quando a distribuição é feita em uma única área física ou descentralizados quando existem mais de uma unidade de atendimento aos pedidos3.

 

Gestão de estoque

De acordo com Moura4, estoque é um conjunto de bens armazenados, com características próprias, que atendam aos objetivos e necessidades da empresa. Dessa forma, todo item armazenado em um depósito, almoxarifado, prateleira, gaveta ou armário para ser utilizado em suas atividades de produção ou administrativa, é considerado um item do estoque da organização.

Foram desenvolvidas diferentes técnicas de administração da produção e da gestão dos estoques a fim de solucionar os problemas originados no ambiente de manufatura, mostrando eficiência na gerência de operações de uma indústria. Estas técnicas podem ser aplicadas nas farmácias hospitalares conforme as necessidades da gestão de serviços, buscando otimização do controle dos itens em estoque5.

Os estoques das farmácias hospitalares abrigam uma variedade de produtos, dificultando o planejamento do seu ponto de ressuprimento. Os medicamentos podem ser agrupados conforme suas particularidades (como giro, preço, consumo, prazos de entrega) e suas demandas incorporam alta aleatoriedade, dessa forma é importante que o gestor de estoque separe os produtos em grupos com características semelhantes6. Essa classificação proporciona ao gestor maior atenção nos controles de estoque para cada grupo de medicamentos7.

A classificação ABC (método ABC, curva de pareto ou curva ABC), faz um estudo estatístico de materiais em estoque, baseada no princípio de Pareto, que é utilizado para demonstrar a importância dos materiais, as quantidades utilizadas e seu preço8.

A classificação ABC permite identificar os itens que requerem atenção e tratamento diferenciado quanto à sua gestão, pois alguns itens podem ocupar um grande espaço físico, com baixa representatividade financeira, por apresentarem pequeno valor monetário no conjunto do estoque, outros itens, entretanto, ocupam um espaço físico menor, com alta representatividade financeira, consistindo em um alto valor monetário no conjunto do estoque9.

A curva ABC tornou-se uma ferramenta gerencial simples e eficaz para a classificação dos itens em estoque, principalmente, em relação a importância financeira. Segundo este método, os materiais de consumo podem ser divididos em três classes9:

a)    Classe A: abriga o conjunto de itens mais caros, que correspondem a um pequeno número de medicamentos, cerca de 20% dos itens, que representam cerca de 80% do valor total do estoque. Esses itens recebem uma atenção especial da administração, pois são responsáveis pelo maior faturamento organizacional.

b)    Classe B: representa os itens de situação intermediária entre as classes A e C. O seu controle pode ser menos rigoroso que os itens de classe A. Representam um valor intermediário no faturamento das empresas.

c)    Classe C: engloba itens menos dispendiosos, que justificam pouca atenção por parte da administração. Agrupa cerca de 70% dos itens, cujo valor financeiro no faturamento é baixo, e representam cerca de 20% do valor do estoque.

Além da curva ABC, outra técnica de gerenciamento de estoques é a classificação XYZ ou metodologia de criticidade. A classificação XYZ provém da gestão da qualidade, implicando na avaliação do impacto que determinado item causará nas operações de uma empresa10. Na farmácia hospitalar, este impacto se dá quanto à facilidade de obtenção ou substituição de um item por outro e na velocidade de obsolescência. De acordo com esta classificação, a ausência de materiais de alta criticidade, classe Z, paralisa operações essenciais e coloca em risco as pessoas, o ambiente e o patrimônio. Os itens de média criticidade, classe Y, podem ser substituídos por similares ou equivalentes com relativa facilidade, embora sejam vitais para a organização. Já a falta dos itens de baixa criticidade, classe X, não acarreta prejuízo para a organização11.

 

Sistema kanban

O kanban é um subsistema criado pelo sistema Toyota de produção (STP) usado para controlar os estoques de produtos em processo, a produção e o suprimento de componentes e, em determinados casos, de matérias-primas12.

O STP é uma filosofia de gestão que procura melhorar a organização de forma a atender as necessidades dos clientes no menor prazo possível, com a mais alta qualidade e o menor custo 13,14. Dessa forma, a redução dos custos é feita pela perseguição e eliminação de toda e qualquer perda14,15,16. 

Toda atividade que consome recursos e que não agrega valor ao produto deve ser eliminada. Assim, estoques, transportes internos, paradas intermediárias (decorrentes de espera de processo), refugos e retrabalhos são formas de desperdício e se não forem eliminados, devem ser reduzidos ao máximo14,16.

As perdas nos processos produtivos, segundo classificação de Ohno16, podem ser agrupadas em:

a)    Perda por excesso de produção;

b)    Perda por espera;

c)    Perda por transporte;

d)    Perda no próprio processamento;

e)    Perda por movimentação;

f)     Perda por produção de produtos defeituosos.

O STP tem como base a filosofia do just in time (JIT), ou seja, a produção é feita de forma que cada posto de trabalho receba o item certo, no momento em que ocorre demanda e na quantidade necessária. Esse processo visa à eliminação do desperdício, recebe o nome de just in time, que significa “no momento preciso” ou “no momento exato” 17,18.

Segundo Corrêa e Gianese19, o JIT é mais do que um conjunto de técnicas, é uma filosofia de trabalho que está ligada à gestão de qualidade, gestão de pessoas, administração de materiais, espaço físico e organização do trabalho. Se essa técnica for aplicada de forma correta, é possível reduzir ou eliminar os desperdícios que acontecem nas compras, durante o processo produtivo, na logística e nas atividades de apoio20.

Dentro do STP, está inserida uma ferramenta chamada kanban, que operacionaliza o processo dentro da filosofia do JIT, por meio de uma técnica que garante a continuidade da linha de produção sem ruptura do estoque, a fim de promover um fluxo contínuo de trabalho21.

Shingo22 considera o kanban como uma ferramenta de controle para maximizar o potencial de produção do sistema Toyota de produção, oferecendo a melhoria contínua dos processos, buscando trabalhar sempre com a quantidade mínima de estoque em processo, porém sem faltas dos insumos necessários23. Dessa forma, o STP é 80% eliminação de perdas, 15% de sistema de produção e apenas 5% o Kanban24.

O sistema kanban controla a produção dos produtos necessários, nas quantidades e no momento necessário de produção25,26.

Segundo Moura27, o kanban é visto como uma alternativa, por ser um sistema barato que qualquer empresa possa emprega-lo, a fim de conseguir aumentar a produtividade, evitando gastos com a implementação de sistemas mais sofisticados.

O sistema permite de forma simples, o acompanhamento e o posterior controle visual e automático do que foi programado. As regras do kanban garantem o estoque necessário para atender a programação sem exageros ou faltas, e para saber o ponto de ressuprimento, basta recorrer visualmente aos cartões de sinalização. Além disso, esse sistema de controle pode ser introduzido em qualquer momento, independente dos níveis de estoque. Porém, se seu potencial não for aproveitado para detectar problemas e aumentar a eficiência do sistema, não se estará utilizando o kanban completo, como diz Schonberger28.  

O kanban é uma palavra de origem japonesa, que significa cartão ou sinal. Na literatura também é conhecido por empregar determinados cartões para informar a necessidade de entrega e/ou produção de uma determinada quantidade de peças ou matérias-primas. Dessa forma, o princípio do kanban é a sinalização visual através de um sistema de cores. As cores fornecem informações do tipo de status, geralmente, sendo classificadas como: prioridade no atendimento, sinalizado pela cor vermelha; estado de atenção, sinalizado em amarelo; e regularizado, sinalizado de verde29.

No princípio do sistema kanban ocorre a sinalização, através de um cartão, do item que deverá ser entregue e/ou produzido e a quantidade necessária para dar continuidade na etapa de produção. O sistema ainda pode sofrer algumas variações e certas instruções podem ser dadas mesmo sem a presença dos cartões, como no caso de contêineres vazios, que automaticamente servem como uma ordem para preenchê-lo, nesse caso, podem ser usadas fichas com um código de cores, ao invés de outras informações21.

Quanto aos tipos de cartões, existem alguns tipos, conforme descrito por Slack30:

a)    Kanban de movimentação ou transporte: serve para comunicar ao estágio de produção anterior a quantidade de material que já pode ser destinado a um local específico. Tendo como informação no cartão a descrição do produto, local de retirada e o destino.

b)    Kanban de produção: irá informar a um setor a quantidade de um item que poderá ser produzido para manter a disponibilidade em estoque. São necessárias as informações sobre a produção, materiais necessários e o destino para a movimentação após finalizado o processo de produção.

c)    Kanban fornecedor: É responsável pelo suprimento de material necessário para a fabricação de um determinado lote de produção. Possui certa similaridade com o kanban de movimentação, porém é usado para os fornecedores externos.

Já Moden31, descreve outro tipo de cartão, sendo o kanban visual, que já vem anexado a um recipiente onde os materiais são armazenados e transportados ao longo da produção, chamados de contenedores. 

Ohno32, afirma que o sistema kanban não é inflexível ou rígido, sendo efetivo para o gerenciamento de peças especiais, onde a quantidade utilizada é instável. Mas vários autores afirmam que o sistema kanban apresenta problemas de implantação em situações onde a demanda e o tempo de processamento são instáveis, operações não padronizadas, longo tempo de setup, grande variedade de itens e incerteza no abastecimento de matérias-primas33-37.

 

Panorama atual e diagnóstico situacional

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) é um complexo hospitalar de nível terciário de alta complexidade. O Instituto Central (IC) atualmente conta com 920 leitos ativos e é responsável por atender 35 especialidades médicas.

O atendimento dos pacientes internados é realizado pela Assistência Farmacêutica ao Paciente Internado (AFI) que conta com uma central de atendimento por dose individualizada (CADI), responsável por atender 43 unidades de internação.

A equipe de colaboradores da CADI é formada por 28 funcionários, sendo eles
3 farmacêuticos, 7 auxiliares técnicos de saúde, 15 estagiários, 1 oficial administrativo, 1 auxiliar de serviços gerais e 1 jovem aprendiz. A CADI funciona diariamente das 7 às 19 horas, inclusive aos sábados, domingos e feriados.  

A CADI está estruturada com oito estações de separação de medicamentos e cinco bancadas de conferência, para facilitar os processos de gestão de estoque e separação dos medicamentos, de forma individualizada por paciente para 24 horas.

Cada área de separação é formada por duas estações de trabalho dupla com nichos e bins e duas estações de trabalho formada só por bins.  Essas estações duplas, são compostas por 72 bins, de tamanho pequeno (60mm x 67mm), em ambas as estações de trabalho e 15 compartimentos (nichos) para armazenar os itens de maior volume, que comportam os medicamentos de maior saída, ou seja, os medicamentos que aparecem nas prescrições com mais frequência.

Nas estações de trabalho formadas apenas por bins, os medicamentos, ficam dispostos em diversos tamanhos de bins, que variam de acordo com a sua capacidade de armazenamento, conforme a sua forma farmacêutica e demanda, sendo esses os medicamentos de menor saída, ou seja, que aparecem com menos frequência nas prescrições.

Além disso, cada estação de trabalho possui um armário com gavetas chaveadas com divisórias ajustáveis, onde ficam armazenados os medicamentos sujeitos a controle especial (Port.344/98/MS) e os medicamentos de alta vigilância (MAVs).

A proposta de funcionamento da CADI é semelhante a uma linha de produção, que conta com sete etapas: triagem das prescrições para 24 horas, separação dos medicamentos, conferência, digitação de medicamentos sujeitos a controle especial (Port.344/98/MS), entrega dos medicamentos nas unidades de internação, recolhimento dos medicamentos não utilizados nas unidades e reintegração dos medicamentos ao estoque.

Para que essa linha de produção ocorra de forma efetiva, todas as estações de trabalho devem estar abastecidas, de forma que não haja falhas no processo, como por exemplo, pendências de atendimento por falta de algum medicamento, o que impactará no tempo de separação e conferência dos medicamentos, ocasionando um atraso na entrega dos medicamentos e falha na terapia medicamentosa do paciente internado.

O abastecimento da CADI é realizado pela logística da assistência farmacêutica (LAF), através de um cronograma de atendimento, onde a LAF recebe um pedido pelo sistema eletrônico SOUL MV®. Esse pedido é elaborado pela CADI através de uma planilha em Excel®, que contém o elenco de 521 especialidades farmacêuticas disponíveis para atendimento aos pacientes internados, chamada de gabarito, que depois é transcrito para o sistema eletrônico para enviar a LAF.

 

Justificativa

É característica atual da área da saúde a demanda crescente dos atendimentos em contrapartida existe a escassez de recursos financeiros e humanos, o que resulta na busca constante de implementar ações para agilizar o processo de separação dos medicamentos e consequentemente evitar atrasos nas entregas dos medicamentos, proporcionando segurança ao processo e principalmente aos pacientes.

Dessa forma, esse trabalho se justifica pela necessidade de se estudar a viabilidade de implantação do sistema kanban na Central de Atendimento por Dose Individualizada para otimizar as etapas de elaboração dos pedidos de reposição de medicamentos através da sinalização visual e agilizar os processos de separação através de estações de trabalho e redimensionamento das tarefas dos colaboradores.  

 

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Elaborar o diagnóstico situacional de uma central de atendimento por dose individualizada para possível implementação do sistema kanban na área de separação de medicamentos para pacientes internados.

 

Objetivos específicos

1.    Definir o elenco e o consumo dos medicamentos;

2.    Dimensionar os bins conforme os medicamentos;

3.    Relacionar os medicamentos e o número de bins de retaguarda;

4.    Definir a periodicidade da reposição dos bins;

5.    Criar gabaritos por quantidades e número de bins funcionantes.

 

MÉTODO

Tipo de Estudo e local do estudo

Estudo descritivo, realizado no período de outubro de 2015 a dezembro de 2016, sobre a viabilidade de implementação de um método logístico que usa o kanban como ferramenta para auxiliar no abastecimento da Central de Atendimento por Dose Individualizada, localizada no 8º andar do Prédio dos Ambulatórios, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

 

Definição do elenco e do consumo das estações de trabalho

O consumo de medicamentos foi atualizado através do levantamento de todos os itens prescritos no sistema eletrônico do hospital (SI3), referente a todas as prescrições de todas as unidades de internação do Instituto Central no período de outubro de 2015 a dezembro de 2016.

Após a aplicação da classificação ABC, referente ao consumo dos itens, os mesmos foram organizados em: medicamentos gerais, medicamentos sujeitos a controle especial (Port.344/98/MS), MAV’s e termolábeis. Os medicamentos gerais foram subdivididos em dois grupos de acordo com a frequência de prescrição, sendo classificados como itens de maior ou menor saída, auxiliando na gestão do pedido encaminhado à seção de logística.

Feita a classificação dos medicamentos entre itens de maior ou menor saída, foi verificado para cada item, de acordo com a sua forma farmacêutica e conforme a sua demanda, o tamanho do bin e a quantidade de medicamentos suficiente para abastecê-lo.

Foi verificado ainda que os medicamentos de maior consumo e aqueles de maior volume necessitariam de um estoque de retaguarda, para não comprometer espaços muito grandes nas estações de trabalho.

 

Criação dos gabaritos baseado na padronização do elenco das estações de trabalho

O resultado obtido pela classificação de Pareto, gerou a separação física dos itens nas estações de trabalho e no estoque de retaguarda em:

a)    Medicamentos gerais;

b)    Medicamentos sujeitos a controle especial (Port.344/98/MS);

c)    Medicamentos de alta vigilância (MAV’s);

d)    Medicamentos termolábeis;

e)    Soluções parenterais de grande volume (SPGV).

Depois de feita todas as classificações, foram criados gabaritos para cada categoria listada acima com as seguintes informações: código do medicamento, descrição do item, quantidade de bins necessários por estação de trabalho e a capacidade de armazenamento nos bins de cada medicamento. Depois foi elaborado um cronograma junto com a seção de logística para realizar os pedidos.

Na etapa seguinte verificou-se a necessidade de adequação do gabarito do pedido semanal para os itens de maior saída, que possuíam alta rotatividade, para que estes passassem a ser solicitados diariamente em quantidades menores. Os demais produtos são solicitados semanalmente, e os produtos de uso esporádicos são gerados pedidos extras.

 

Definição das quantidades de medicamentos por Bin

Para definir a quantidade de medicamentos por bin, foi verificado o consumo mensal e determinado o consumo médio diário. Também foi medido a capacidade de cada bin, de acordo com a forma farmacêutica e embalagem de acondicionamento.

 

Planejamento do pedido – Periodicidade de reposição dos bins

A elaboração dos pedidos, através dessa ferramenta, que propõe a agilidade ao processo, através da utilização de gabaritos com quantidades determinadas poderá ser feita da seguinte forma:

a)    Diário: Existe um gabarito, ou seja, uma planilha com os medicamentos relacionados por código, descrição do medicamento e quantidade máxima de armazenamento nos bins ou nichos, em que o responsável pela elaboração dos pedidos, deverá anotar as quantidades necessárias para manter o atendimento do dia. Depois de feita a triagem dos pedidos, os mesmos são transcritos ao sistema eletrônico e enviados à LAF.

b)    Semanal: Existem gabaritos das diversas classes de medicamentos, também relacionados por código, descrição do medicamento e quantidade máxima de armazenamento nos bins. Para essa triagem, o responsável verificará quais são os itens de maior saída, que são os itens que possuem um estoque de retaguarda, sinalizados em vermelho, para fazer a solicitação conforme levantamento de consumo dos medicamentos. E para os itens de menor saída, é necessário verificar nas estações de trabalho, quais os itens que estão sinalizados em vermelho, e solicitar a quantidade de acordo com o consumo dos medicamentos e a quantidade suficiente para abastecer os bins nas estações de trabalho.

c)    Extras: Os pedidos extras podem ocorrer para os itens, cujo consumo é muito baixo ou esporádico e para itens que houve um aumento de consumo, que os pedidos semanais, com base nos consumos, não foram suficientes para atender aquela demanda. Dessa forma, são feitas as solicitações apenas para quando há necessidade de utilização desse medicamento.

 

Definição das estações de trabalho por criticidade

A CADI é a responsável pelo atendimento de todas as unidades de internação do hospital, sendo que cada unidade de internação possui uma complexidade diferente por conta do número de leitos, número de itens em uma prescrição, criticidade de prescrição.

Dessa forma foi pensado em mesclar as clínicas por estação de trabalho de acordo com a sua criticidade, contribuindo para otimizar a rotatividade de estoque, evitando que haja perda de medicamentos por validade, ruptura de estoque de uma estação de trabalho para a outra, influência na periodicidade de abastecimento dos bins, entre outros.

Para definir as clínicas por estação de trabalho, foi realizado um levantamento do perfil de cada clínica, verificando a criticidade e complexidade de cada prescrição, o perfil farmacoterapêutico da unidade e o tempo gasto de separação da unidade.

Os tempos de separação foram obtidos a partir de um formulário, onde o colaborador anotava a data, o horário de início da separação, a unidade de internação, o número de prescrições e o horário do término de separação.

Após o período de coleta de dados, de dezembro 2016 a janeiro 2017, esses tempos foram tabulados para análise do número médio de prescrições separadas e tempo médio de separação por unidade de internação.

Depois foi proposta uma tabela com o dimensionamento das clínicas por estações de trabalho, de forma a permitir a uniformidade de abastecimento dos medicamentos e a rotatividade de estoque.

 

RESULTADOS

De acordo com o levantamento de consumo dos medicamentos, podemos verificar na Tabela 1 os 10 medicamentos que tiveram maior consumo no período de outubro 2015 a dezembro de 2016. A partir do consumo médio mensal definiu-se o consumo médio diário para determinar as quantidades referente à capacidade de armazenando e a quantidade necessária de cada bin.

Tabela 1. Consumo médio diário dos medicamentos unitarizados.

Código

Produto

Consumo médio mensal

Consumo médio diário

11100021

DIPIRONA(SODICA) 500 MG COMPRIMIDO

35.945

1.198

11010024

OMEPRAZOL 20 MG CAPSULA (*)

15.895

530

11020063

SULFATO FERROSO 40 MG FERRO ELEMENTAR COMPRIMIDO REVESTIDO

8.135

271

11030082

HIDRALAZINA (CLORIDRATO) 25 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

7.420

247

11060035

PREDNISONA 20 MG, CP, VO

5.905

197

11100015

PARACETAMOL 500 MG COMPRIMIDO

5.710

190

11030004

SINVASTATINA 10 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

5.410

180

11030062

ANLODIPINO (BESILATO) 5 MG COMPRIMIDO

5.135

171

11070058

CIPROFLOXACINO (CLORIDRATO) 500 MG COMPRIMIDO

5.050

168

11020004

ACIDO ACETILSALICILICO 100 MG COMPRIMIDO

4.645

155

 

Na Tabela 2, estão relacionados os medicamentos que tiveram maior consumo nos períodos de outubro 2015 a dezembro de 2016, representando os medicamentos da Classe A referente ao elenco dos medicamentos do hospital.

 

Tabela 2. Consumo médio diário dos medicamentos unitarizados – Curva A.

Código

Produto

Consumo médio mensal

Consumo médio diário

11030073

ATORVASTATINA CALCICA 10 MG COMPRIMIDO

8450

282

11080024

TACROLIMO 1 MG CAPSULA

5750

192

11070030

CLINDAMICINA (FOSFATO) 300 MG

4070

136

11080096

MICOFENOLATO (SODICO) 360 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

2810

94

11080047

HIDROXIUREIA 500MG CAPSULA

2000

67

11080045

TACROLIMO 5 MG CAPSULA

1480

49

11010009

CALCITRIOL 0,25 MCG CAPSULA

1470

49

11070109

LEVOFLOXACINA 500 MG COM (*)

1090

36

11010036

ACIDO URSODESOXICOLICO 300 MG COMPRIMIDO

1080

36

11140029

SEVELAMER 800 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

970

32

 

Na Tabela 3, está a relação dos itens dispostos na estação de trabalho dos itens de maior saída, com as quantidades mínimas por compartimento dos bins, quantidades máximas, número de bins disponíveis na CADI e o total que é a quantidade de armazenando de cada item, conforme a forma farmacêutica.

 

Tabela 3. Dimensionamento dos bins para os medicamentos de maior saída.

Cód.

Medicamento

Mín.

Máx.

Nº de bins

Total

11020004

ACIDO ACETILSALICILICO 100 MG

60

120

8

960

12020003

ACIDO FOLICO 5 MG

60

120

8

960

11090008

ALOPURINOL 100 MG

60

120

8

960

11070140

AMICACINA (SULFATO) 250 MG/ML AMP 2 ML

60

120

8

960

11030015

AMIODARONA (CLORIDRATO) 200 MG

60

120

8

960

11070142

AMOXICILINA 500 MG + ACIDO CLAVULANICO 125 MG

30

60

8

480

11070114

AMOXICILINA 500 MG

50

100

8

800

11070048

AMPICILINA 1000 MG

12

24

14

336

11030062

ANLODIPINO (BESILATO) 5 MG

60

120

8

960

11030007

ATENOLOL 50 MG

60

120

8

960

11030073

ATORVASTATINA 10MG

60

120

14

1680

12010012

BICARBONATO DE SODIO 500MG

50

100

14

1400

11010053

BISACODIL 5 MG

60

120

8

960

11010001

BROMOPRIDA 10MG

60

120

14

1680

11030077

CAPTOPRIL 25 MG

60

120

8

960

11090011

CARBONATO DE CALCIO 1250MG (500MG DE CALCIO ELEMENTAR)

30

60

14

840

11030063

CARVEDILOL 25 MG

60

120

8

960

11030009

CARVEDILOL 6,25 MG

60

120

8

960

11070025

CEFALEXINA 500MG

30

60

8

480

11070135

CEFAZOLINA 1G

10

20

14

280

11070031

CEFTRIAXONA (SODICA) 1 G

8

16

20

320

11090021

CETOPROFENO 100 MG

60

120

8

960

11090017

CETOPROFENO 100 MG FA

15

30

8

240

11070058

CIPROFLOXACINO (CLORIDRATO) 500 MG

30

60

8

480

11070067

CLINDAMICINA (FOSFATO) 150 MG/ML AMP 4 ML

40

80

14

1120

11070030

CLINDAMICINA 300MG

30

60

8

480

11030014

CLONIDINA (CLORIDRATO) 0,1 MG

60

120

8

960

11020051

CLOPIDOGREL 75 MG

60

120

8

960

11010044

CLORETO DE POTASSIO 600 MG

30

60

8

480

12060007

DEXAMETASONA 2MG

50

100

8

800

11060002

DEXAMETASONA 4 MG/ML AMP 2,5 ML

40

80

8

640

11030049

DILTIAZEM (CLORIDRATO) 30 MG

60

120

8

960

11010054

DIMENIDRINATO+VIT B6+GLIC+FRUT (3+5+100+100)MG/ML AMP 10ML

21

42

14

588

11100142

DIPIRONA (SODICA) 500 MG/ML  AMP 2 ML

60

120

20

2400

11100021

DIPIRONA(SODICA) 500 MG

50

100

14

1400

11030053

ENALAPRIL (MALEATO) 20 MG

60

120

8

960

11030069

ENALAPRIL (MALEATO) 5 MG

60

120

8

960

11010081

ESCOPOLAMINA (BUTILBROMETO) 20 MG/ML AMP 1 ML

60

120

8

960

11030050

ESPIRONOLACTONA 25 MG

60

120

8

960

11030048

FUROSEMIDA 10 MG/ML AMP 2 ML

60

120

14

1680

11030036

FUROSEMIDA 40 MG

60

120

8

960

11030082

HIDRALAZINA (CLORIDRATO) 25 MG

60

120

14

1680

11030019

HIDROCLOROTIAZIDA 25 MG

60

120

8

960

11060028

HIDROCORTISONA 100MG

12

24

14

336

12100008

HIDROXIZINA 10MG

50

100

8

800

11030080

ISOSSORBIDA (DINITRATO) 10 MG

60

120

8

960

11030013

ISOSSORBIDA (MONONITRATO) 40 MG

60

120

8

960

11060025

LEVOTIROXINA (SODICA) 100 MCG

60

120

8

960

11060020

LEVOTIROXINA (SODICA) 25 MCG

60

120

14

1680

11120038

LORATADINA 10MG

60

120

8

960

11030051

LOSARTANA (POTASSICA) 50 MG

60

120

8

960

11060009

METILPREDNISOLONA (SUC SODICO) 125MG

4

8

8

64

11010062

METOCLOPRAMIDA 10 MG

60

120

8

960

11010049

METOCLOPRAMIDA 5 MG/ML AMP 2 ML

62

124

14

1736

11070055

METRONIDAZOL 250 MG

60

120

8

960

11090001

NAPROXENO 250 MG

60

120

8

960

11030083

NIMODIPINO 30 MG

60

120

8

960

11010024

OMEPRAZOL 20 MG

50

100

14

1400

11010069

ONDANSETRONA (CLORIDRATO) 2 MG/ML AMP 2 ML

60

120

14

1680

11010046

ONDANSETRONA (CLORIDRATO) 2 MG/ML AMP 4 ML

32

64

14

896

11100015

PARACETAMOL 500 MG

50

100

8

800

11060035

PREDNISONA 20 MG

60

120

8

960

11060034

PREDNISONA 5 MG

60

120

8

960

11030084

PROPRANOLOL (CLORIDRATO) 10 MG

60

120

8

960

11030038

PROPRANOLOL (CLORIDRATO) 40 MG

60

120

8

960

11010012

RANITIDINA (CLORIDRATO) 150 MG

50

100

8

800

11010040

RANITIDINA (CLORIDRATO) 25 MG/ML AMP 2 ML

60

120

8

960

11030004

SINVASTATINA 10 MG

60

120

14

1680

11070113

SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIN (400 MG + 80 MG)

40

80

14

1120

11020063

SULFATO FERROSO COMPRIMIDO CONTENDO 40MG DE FERRO ELEMENTAR

60

120

8

960

11080024

TACROLIMO 1MG

50

100

14

1400

11050011

TANSULOSINA 0,4MG

30

60

8

480

 

Na Tabela 4, temos a relação dos medicamentos que são armazenados nos nichos das estações de maior saída, sinalizando a capacidade máxima de armazenamento dos medicamentos de maior volume, quantidade de nichos onde são armazenados e o total, informando a quantidade necessária para abastecer.

Os itens sinalizados em negrito indicam que são os itens que se repetem nas estações de trabalho, representando os itens de maior volume de armazenando que aparecem com mais frequência nas prescrições médicas.

 

Tabela 4. Dimensionamento dos nichos de medicamentos de maior saída.

Cód. MV

Medicamento

Total por bin

Nº de bins

Total

11020046

BICARBONATO DE SODIO 8,4% SOL INJ F/B 250 ML

20

4

80

11070032

CIPROFLOXACINA 200MG

40

8

320

11010079

GLICERINA 12% SOLUCAO FRASCO 500 ML

20

4

80

12010005

GLICERINA (GLICEROL) 25 % SOLUCAO RETAL (ENEMA) FRASCO 500ML

10

4

40

12010022

GLICERINA (GLICEROL) 50 % SOLUCAO RETAL (ENEMA) FRASCO 500ML

10

4

40

11020041

ENOXAPARINA 40MG (*)

90

8

720

11020026

ENOXAPARINA 60MG 0,6ML

70

4

280

11070009

FLUCONAZOL 200MG SOLUÇÃO INJETÁVEL 100ML

40

4

160

11070177

GANCICLOVIR 1MG /ML 100ML

15

4

60

11070178

GANCICLOVIR 1MG /ML 250ML

15

4

60

11140019

GLICOSE 10% SOLUCAO INJETAVEL BOLSA 1000 ML

10

4

40

11140013

GLICOSE 10% SOLUCAO INJETAVEL BOLSA 500 ML

20

4

80

11070060

LEVOFLOXACINA 500 MG (5 MG/ML) SOL INJ BOLSA 100ML

40

4

160

11020033

MANITOL 20% SOLUCAO INJETAVEL FRASCO OU BOLSA 250 ML

20

4

80

11070041

MEROPENEM 1000 MG PO LIOF SOL INJ FA IV

100

8

800

11070134

METRONIDAZOL 5 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL F/B 100 ML

40

8

320

11070110

OXACILINA (SODICA) 500 MG PO LIOF SOL INJ FA

200

4

800

11010080

OMEPRAZOL 40 MG*

100

8

800

11070062

PIPERACILINA (SODICA) 4 G + TAZOBACTAM 500 MG PO LIOF FA

80

8

640

11020038

RINGER LACTATO SOLUCAO INJETAVEL FRASCO OU BOLSA 500 ML

20

4

80

11020006

RINGER SOLUCAO INJETAVEL FRASCO OU BOLSA 500 ML

20

4

80

11070074

VANCOMICINA (CLORIODRATO) 500 MG PO LIOF SOL INJ FA

200

8

1600

 

Na Tabela 5, estão relacionados os itens dispostos na estação de trabalho dos itens de menor saída, com as quantidades mínimas por compartimento dos bins, quantidades máximas, número de bins disponíveis na CADI e o total que é a quantidade de armazenando de cada item, conforme a forma farmacêutica.

 

Tabela 5. Dimensionamento dos medicamentos de menor saída.

Cód. MV

Medicamento

Mín.

Máx.

Nº de bins

Total

11130011

ACETAZOLAMIDA 250 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11070158

ACICLOVIR 200MG

60

120

3

360

11070056

ACICLOVIR 250 MG PO PARA SOLUCAO INJETAVEL FRASCO-AMPOLA

50

100

3

300

11140037

ACIDO FOLINICO 15 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11020059

ACIDO TRANEXAMICO 250 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11020035

ACIDO TRANEXAMICO 50 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 5 ML

70

140

3

420

11010036

ACIDO URSODESOXICOLICO 300MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11110019

ALBENDAZOL 200 MG

20

40

3

120

11030015

AMIODARONA (CLORIDRATO) 50 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMP 3 ML

88

176

3

528

11070099

AMPICILINA (SODICA) 2 G + SULBACTAM 1G PO SOL INJ FA

9

18

3

54

11030076

ATENOLOL 100 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

Manip.

ATENOLOL 12,5 MG

30

60

3

180

Manip.

ATENOLOL 25MG

60

160

3

480

11030090

ATORVASTATINA 20MG

80

160

3

480

11010043

ATROPINA (SULFATO) 0,25 MG AMPOLA 1 ML

66

132

3

396

11080023

AZATIOPRINA (SODICA) 50 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11070132

AZITROMICINA 500MG - CAPSULA

20

40

3

120

11090007

BACLOFENO 10 MG COMPRIMIDO

100

200

3

600

11050014

BROMOCRIPTINA 2,5MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11010009

CALCITRIOL 0,25 MCG CAPSULA

100

200

3

600

11030025

CAPTOPRIL 12,5 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11010002

CARBONATO CALCIO E LACTOGLINATO CALCIO 500 MG/CA COM EFEV

15

30

3

90

12090002

CARBONATO DE MAGNESIO 250 MG

60

120

3

360

11070050

CEFEPIMA 1G PO PARA SOLUCAO INJETAVEL FRASCO-AMPOLA

28

56

3

168

11070133

CEFOTAXIMA 1G PO PARA SOLUCAO INJETAVEL FRASCO-AMPOLA

19

38

3

114

11070007

CEFOXITINA 1G PO PARA SOLUCAO INJETAVEL FRASCO-AMPOLA

20

40

3

120

11070029

CEFTAZIDIMA (SODICA) 1 G PO SOL INJ

28

56

3

168

11070053

CEFUROXIMA (SODICA) 750 MG PO SOL INJ FA

44

88

3

264

11090003

CICLOBENZAPRINA (CLORIDRATO) 5 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11080083

CICLOSPORINA 100MG MICROEMULSAO - CAPSULA GELATINA MOLE

30

60

3

180

11080082

CICLOSPORINA 25MG MICROEMULSAO - CAPSULA GELATINA MOLE

30

60

3

180

11080116

CICLOSPORINA 50MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 1ML

60

120

3

360

11030039

CIPROFIBRATO 100 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11070057

CIPROFLOXACINO (CLORIDRATO) 250 COMPRIMIDO

30

60

3

180

11010017

CITRATO DE POTÁSSIO 10MEQ

20

40

3

120

11070033

CLARITROMICINA 500MG - IV

18

36

3

108

12020012

CLORETO DE CALCIO 100 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 5 ML

30

60

3

180

12010019

CLORETO DE SODIO 500 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

30

60

3

180

12120004

CLORFENIRAMINA (MALEATO DE CLORFENIRAMINA) 4 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11030071

CLORTALIDONA 12,5 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11030072

CLORTALIDONA 50MG

30

60

3

180

11080091

COLCHICINA (CLORIDRATO) 0,5 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

12010027

COMPLEXO B COMPRIMIDO REVESTIDO

100

200

3

600

12120007

DIFENIDRAMINA 25 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 2 ML

62

124

3

372

11030064

DIGOXINA 0,25 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11010055

DIMENIDRINATO 100 MG COMPRIMIDO

100

200

3

600

11030028

DIOSMINA 450MG HESPERIDINA 50MG COMPRIMIDOS REVESTIDOS

30

60

3

180

11030078

ESPIRONOLACTONA 100MG COMPRIMIDO

80

160

3

480

11080007

EVEROLIMUS 0,5MG

30

60

3

180

11080068

EVEROLIMUS 0,75MG

30

60

3

180

11080106

EVEROLIMUS 1MG

60

120

3

360

11050004

FENAZOPIRIDINA (CLORIDRATO) 100 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11040019

FINASTERIDA 5MG

30

60

3

180

11020027

FITOMENADIONA (VITAMINA K1) 10 MG/ML SOL INJ AMP 1 ML

62

124

3

372

11070103

FLUCONAZOL 100 MG CAPSULA

60

120

3

360

11070162

FLUCONAZOL 150 MG CAPSULA

60

120

3

360

12060005

FLUDROCORTISONA (ACETATO) 50 MCG COMPRIMIDO

60

120

3

360

12010018

FOSFATO DE SÓDIO 298 MG + FOSFATO DE POTASSIO 45 MG

60

120

3

360

11070069

GENTAMICINA (SULFATO) 40 MG SOL INJ AMP 1 ML

60

120

3

360

11010075

GLICAZIDA 30 MG COMPRIMIDO DE LIBERAÇÃO PROLONGADA

30

60

3

180

11010031

GLICONATO DE CALCIO 10% SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 10 ML

48

96

3

288

11030029

HIDRALAZINA (CLORIDRATO) 20 MG/ML SOL INJ AMPOLA 1 ML

62

124

3

372

11030002

HIDROCLOROTIAZIDA 50 MG COMPRIMIDO

80

160

3

480

11060029

HIDROCORTISONA (SUCCINATO SODICO) 500 MG PO SOL INJ FA

12

24

3

72

12060011

HIDROCORTISONA 20 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

12060012

HIDROCORTISONA 5 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11110010

HIDROXICLOROQUINA (SULFATO) 400 MG COMPRIMIDO

80

160

3

480

11080047

HIDROXIUREIA 500MG CAPSULA

20

40

3

120

11090004

IBUPROFENO 300 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11070037

IMIPENEM CILASTATINA SODICA 500MG IV

28

56

3

168

11110020

IVERMECTINA 6 MG COMPRIMIDO ACONDICIONADO EM BLISTER.

30

60

3

180

11100153

LEVODOPA 100 MG + BENSERAZIDA(CLORIDRATO) 25 MG COM DISP

30

60

3

180

11100122

LEVODOPA 100MG+BENSERAZIDA(CLORIDRATO)25MG CAP LIB PROL

30

60

3

180

11100088

LEVODOPA 200 MG + BENSERAZIDA (CLORIDRATO) 50 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11070109

LEVOFLOXACINO 500MG

80

160

3

480

11010051

LIPASE + AMILASE + PROTEASE (10.000UI+33.200UI+37.500UI) CAP

60

120

3

360

11010084

LIPASE + AMILASE + PROTEASE (25.000UI+74.700UI+62.500UI) CAP

60

120

3

360

11010073

MESALAZINA 500MG COMPRIMIDO DE LIBERACAO LENTA

60

120

3

360

11010066

METFORMINA 850 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11030005

METILDOPA 250 MG COMPRIMIDO

100

200

3

600

11060016

METILPREDNISOLONA (SUCCINATO SODICO) 500 MG PO SOL INJ FA

10

20

3

60

11080015

METOTREXATO SODICO 2,5MG

30

60

3

180

11080088

MICOFENOLATO SÓDICO 180MG

60

120

3

360

11080096

MICOFENOLATO SÓDICO 360MG

60

120

3

360

12020030

MICROELEMENTOS

30

60

3

180

11080057

MOFETILA 500MG

60

120

3

360

12070003

NEOMICINA (SULFATO DE NOEMICINA) 250 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11030066

NIFEDIPINO 20 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

80

160

3

480

11070080

NITROFURANTOINA 100 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11030043

NOREPINEFRINA 1MG/ML 4ML

150

300

4

1200

11070005

NORFLOXACINO 400 MG COMPRIMIDO

100

200

3

600

11010016

ONDASENTRON 8MG

30

60

3

180

11050026

OXIBUTININA (CLORIDRATO) 5 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11040004

PERMANGANATO DE POTASSIO 100 MG COMPRIMIDO

30

60

3

180

11030006

PINDOLOL 10 MG COMPRIMIDO

80

160

3

480

11100159

PIRIDOSTIGMINA (BROMETO) 60 MG COMPRIMIDO

80

160

3

480

11110006

PIRIMETAMINA 25 MG COMPRIMIDO

80

160

3

480

11050030

PROGESTERONA NATURAL MICRONIZADA 100MG CÁPSULA GELATINOSA.

20

40

3

120

11120001

PROMETAZINA (CLORIDRATO) 25 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

12090003

RELAXANTE MUSCULAR HC COMPRIMIDO

100

200

3

600

11020058

SACARATO DE HIDROXIDO DE FERRO

26

52

3

156

11140029

SEVELAMER 800 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

60

120

3

360

11070159

SULFADIAZINA 500 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

11070081

SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA (80MG+16MG) ML

72

144

3

432

11010028

SULFASSALAZINA 500MG

60

120

3

360

Manip.

SULFATO DE MAGNESIO 500MG

30

60

3

180

12010023

SULFATO DE ZINCO 70 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

60

120

3

360

Manip.

TACROLIMO 0,5MG

60

120

3

360

11080045

TACROLIMO 5 MG CAPSULA

80

160

3

480

11070003

TEICOPLANINA 200 MG PO LIOF SOL INJ FA

6

12

3

36

11070091

TEICOPLANINA 400 MG PO LIOF SOL INJ FA

6

12

3

36

11090019

TENOXICAM 20 MG

14

28

3

84

11070082

TERBINAFINA 250MG

30

60

3

180

11060022

TIAMAZOL 5MG

80

160

3

480

12010021

VITAMINA B1 (CLORIDRATO TIAMINA) 100 MG/ML SOL INJ AMP 1 ML

108

216

3

648

12010003

VITAMINA B1 (TIAMINA) 100MG

100

200

3

600

12020004

VITAMINA B12 (CIANOCOBALAMINA) 500 MCG/ML SOL INJ AMP 2 ML

56

112

3

336

12010009

VITAMINA B6 (CLORIDRATO DE PIRIDOXINA) 50 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

12010026

VITAMINA B6 50 MG/ML SOL INJ AMP 1 ML

60

120

3

360

12010014

VITAMINA C (ACIDO ASCORBICO) 500 MG COMPRIMIDO

60

120

3

360

12010034

VITAMINA D3 (COLECALCIFEROL) 25000 UI CAPSULA

30

60

3

180

12090004

VITAMINA D3 (COLECALCIFEROL) 600000 UI/ML SOL INJ AMP 1 ML

10

20

3

60

 

A Tabela 6 representa o elenco dos medicamentos com bins de retaguarda, de forma que auxiliasse a etapa de separação para quando um bin estação de separação de medicamentos ficasse vazio, o colaborador pudesse efetuar a trocar dos bins, por um da estação de retaguarda.

 

Tabela 6. Relação de medicamentos e o número de bins de retaguarda.

Cód. MV

Medicamento

Mín.

Máx.

Nº de bins

Total

11070048

AMPICILINA 1000 MG PO PARA SOLUCAO INJETAVEL FRASCO-AMPOLA

12

24

6

144

11030073

ATORVASTATINA 10MG COMPRIMIDO

60

120

6

720

12010012

BICARBONATO DE SODIO 500MG COMPRIMIDO

50

100

6

600

11010001

BROMOPRIDA 10MG COMPRIMIDO

60

120

6

720

11090011

CARBONATO DE CALCIO 1250MG (500MG DE CALCIO ELEMENTAR) COM

30

60

6

360

11070135

CEFAZOLINA 1G PO SOLUCAO INJETAVEL

10

20

6

120

11070031

CEFTRIAXONA (SODICA) 1 G PO SOL INJ FA IV

8

16

12

192

11070067

CLINDAMICINA (FOSFATO) 150 MG/ML SOL INJ AMP 4 ML

40

80

6

480

11010054

DIMENIDRINATO+VIT B6+GLIC+FRUT (3+5+100+100)MG/ML AMP 10ML

21

42

6

252

11100142

DIPIRONA (SODICA) 500 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 2 ML

60

120

12

1440

11100021

DIPIRONA(SODICA) 500 MG COMPRIMIDO

50

100

6

600

11030048

FUROSEMIDA 10 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 2 ML

60

120

6

720

11030082

HIDRALAZINA (CLORIDRATO) 25 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

60

120

6

720

11060028

HIDROCORTISONA 100MG

12

24

6

144

11060020

LEVOTIROXINA (SODICA) 25 MCG COMPRIMIDO

60

120

6

720

11010049

METOCLOPRAMIDA 5 MG/ML SOLUCAO INJETAVEL AMPOLA 2 ML

62

124

6

744

11010024

OMEPRAZOL 20 MG CAPSULA

50

100

6

600

11010069

ONDANSETRONA (CLORIDRATO) 2 MG/ML SOL INJ AMP 2 ML

60

120

6

720

11010046

ONDANSETRONA (CLORIDRATO) 2 MG/ML SOL INJ AMP 4 ML

32

64

6

384

11030004

SINVASTATINA 10 MG COMPRIMIDO REVESTIDO

60

120

6

720

11070113

SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIN (400 MG + 80 MG) COMPRIMIDO

40

80

6

480

11080024

TACROLIMO 1MG CAPSULA

50

100

6

600

 

A Tabela 7 mostra o perfil de cada unidade de internação que é atendida na CADI, mostrando a média do número de leitos atendidos e o tempo médio de separação de cada clínica. Com o tempo de separação médio das clínicas, podemos perceber a complexidade de algumas unidades de internação, dessa forma, o tempo de separação não é proporcional ao número de leitos.

 

Tabela 7. Tempo médio de separação nas estações de trabalho de acordo com a criticidade.

Sigla

Clínica

Média de Leitos

Média Separação
(em minutos)

7DN

Vascular

20

1:14

6DS

Clínica Médica Sul

17

1:10

7CC

Transplante Renal

14

1:07

7DS

Endócrino

13

1:06

3DS

Dermatologia

12

0:58

UAC

Recuperação Anestésica

14

0:56

9GN

Transplante de Fígado

13

0:54

9AA

UTI 9º

11

0:51

5DS

Enfermaria Retaguarda Emergência Sul

18

0:49

6AA

Geriatria

12

0:49

8DN

Hematologia

10

0:49

4GN

UTI Emergência Médica

13

0:45

4GS

UTI Trauma

15

0:45

8GS

Cabeça e Pescoço

14

0:45

8DS

Reumatologia

13

0:43

4DS

Moléstias infecciosas Sul

10

0:42

XDN

Obstetrícia Norte

15

0:42

3DN

Retaguarda do Pronto Socorro

15

0:41

6GN

Otorrino

14

0:41

5GN

Enfermaria Neurologia Norte

15

0:40

9GS

Gastroenterologia

15

0:39

4CC

Unidade de Cuidados Intensivos

11

0:38

8CC

Plástica

10

0:35

8GN

Convênios

11

0:35

XDS

Obstetrícia Sul

13

0:34

6DN

Clínica Médica Norte

17

0:31

4DN UTI

UTI Moléstias infecciosas

6

0:30

5GS

Enfermaria Neurologia Sul

9

0:30

8AA

Queimados

6

0:29

4DN

Moléstias Infecciosas Norte

7

0:26

6EE

UTI Clínica Médica e Pneumologia

8

0:26

6GS

Oftalmologia

11

0:25

XGN

Ginecologia

10

0:25

9DN

Bariátrica

6

0:24

9CC

Colón

7

0:23

8AA UTI

UTI Queimados

3

0:21

9DS

Vias Biliares

6

0:19

9GN UTI

UTI Nefrologia

2

0:18

7GN

Urologia Norte

7

0:17

4BN

Cuidados Paliativos

4

0:10

7GS

Urologia Sul

5

0:07

8EE

Convênios

4

0:07

3DN OBS

Retaguarda Obstetrícia

3

0:06

Média: 459 prescrições

 

Na Figura 1, temos a proposta do MAPA para auxiliar no abastecimento das estações de trabalho, conforme a sinalização das etiquetas dos bins. O responsável pelo pedido deverá assinalar qual a estação de trabalho, representada na figura como E1 – E8, necessita ser abastecida, qual a cor da etiqueta (verde/vermelha) e marcar a data e quantidade necessária para abastecimento, conforme a quantidade estabelecida.

 

Figura 1.  Elaboração do MAPA para abastecimento dos bins com etiquetas (verde/vermelha).

 

 

Na Figura 2, temos o modelo do pedido diário, referente a sinalização dos medicamentos, onde o responsável deverá sinalizar o dia e a quantidade necessária para ser solicitada à LAF.

 

Figura 2. Proposta de gabarito diário de medicamentos a seção de logística.

 

 

DISCUSSÃO

Os dados obtidos do consumo médio diário foram utilizados para auxiliar no dimensionamento dos bins. Na Tabela 1, por exemplo, a dipirona comprimido tem um consumo médio diário de 1.198 comprimidos, de forma que na Tabela 3, são necessários 14 bins de dipirona comprimido com a capacidade máxima de armazenamento 100 comprimidos, totalizando o abastecimento de 1.400 comprimidos, de forma que os bins fiquem dispostos lado a lado, nas estações de trabalho.

Ainda levando em conta essa posição de consumo na Tabela 6, temos os bins de retaguarda, onde cada estação de trabalho tem mais 2 bins de dipirona comprimido com capacidade de armazenar 50 comprimidos em cada área, verde e vermelha, do bin. Esse mesmo procedimento se repetiu para os outros grupos de medicamentos.

O tempo médio de separação dos medicamentos mostra que os tempos que foram maiores correspondem às clínicas de maior criticidade das prescrições, como por exemplo, a enfermaria da vascular com média de 20 leitos, teve um tempo médio de separação de 1h14min.

Na elaboração do mapa, conforme Figura 1, que é um excerto do impresso completo, o colaborador deverá sinalizar a estação de trabalho que necessita do abastecimento, além da quantidade necessária para reposição, como descrito anteriormente, de forma que facilite a visualização dos medicamentos que chegaram ao seu ponto de ressuprimento.

Na proposta de gabarito de solicitação diária, foram verificados os principais grupos de medicamentos: os medicamentos da curva A, medicamentos gerais e MAV’s e elaborado o gabarito com o elenco e a quantidade máxima de armazenamento, conforme consumo diário.

No decorrer da estruturação do projeto foram encontradas uma série de dificuldades, sendo elas voltadas, principalmente, para parte de processos e pessoas.

Em relação aos processos, notamos que a diferença nas apresentações e tamanhos das formas farmacêuticas influenciou nas etapas de definição da quantidade necessária para armazenar os medicamentos em cada lado dos bins. Inicialmente houve dificuldade nos processos de separação dos medicamentos de maior saída, dessa forma, esses itens chegavam mais rápido ao seu ponto de ressuprimento do que os outros, o que ocasionava a pausa nos processos de separação. Dessa forma, para os itens que possuem maior rotatividade de abastecimento, foram criados os bins de retaguarda, conforme mostrado na Tabela 6.

Um desafio futuro será implantar o mesmo método para quantificar e elaborar as quantidades necessárias para os medicamentos sujeitos a controle especial (Port.344/98/MS) especial pela portaria nº 344/98 do MS, medicamentos de alta vigilância e os termolábeis.

Não houve a necessidade de investimento em materiais para que o processo funcionasse, as dificuldades encontradas foram em relação a implementação de um novo processo e estruturação do layout, com a dinâmica da área já em funcionamento.

Já na parte de recursos humanos, há necessidade de sensibilização da equipe, que se mostra resistente a novos processos, dentro de uma rotina agitada.  

 

Proposta de estruturação do sistema

A proposta baseada no sistema kanban para as estações de trabalho propõe bins identificados, em ambos os lados, por uma etiqueta com o nome, o código, dosagem e forma farmacêutica do medicamento, impresso em verde, e outra etiqueta com as mesmas informações impressas em vermelho. Os bins são divididos ao meio. Há uma terceira etiqueta, indicando a quantidade máxima de item armazenado, afixada no bin.

Os medicamentos sujeitos a controle especial (Port.344/98/MS) são identificados com etiquetas impressas em preto e os medicamentos de alta vigilância, foram impressos em etiquetas vermelhas com a escrita em preto.

As cores utilizadas nesse sistema foram definidas para facilitar a visualização e auxiliar no processo de gestão de estoque agilizando as etapas de elaboração dos pedidos. As etiquetas verde e vermelha são afixadas em um mesmo bin, indicando a informação da situação de abastecimento do produto. A cor verde sinaliza que o item está disponível para utilização, sendo preferencialmente visualizada pelo usuário, pela posição do bin na estação de trabalho.

Quando o medicamento termina no lado verde da etiqueta, o bin será voltado para trás e o lado do bin com cor vermelha, fica voltado para a frente, de forma que o colaborador não interrompe seu trabalho de separação e ao mesmo tempo ocorre a indicação de que o item precisa ser reposto.

Esta reposição será efetuada, por outro colaborador utilizando o estoque de retaguarda.

O mesmo conceito é utilizado no estoque de retaguarda, e quando este é sinalizado em vermelho, indica que deve ser desencadeado um novo pedido deste item para a seção de logística de abastecimento (LAF).

Para alguns medicamentos (conforme Tabela 6), foi verificada a necessidade de se manter bins já abastecidos, funcionando como um espelho dos itens de maior rotatividade e necessidade de abastecimento. Assim, quando o bin estiver voltado com a etiqueta vermelha, ou seja, estiver vazio, poderá ser feita a troca de um bin vazio, por outro cheio. O bin vazio deverá ser posto na estação de trabalho com a etiqueta vermelha voltada para frente, para indicar que o item precisa ser reposto.

 

Abastecimento

O abastecimento dos bins nas estações de trabalho deve ser feito de acordo com a sinalização da etiqueta, sendo que a cor vermelha indica o ponto de ressuprimento dos itens.

Cada bin tem uma quantidade estabelecida que é necessária para abastecimento, que deverá ser respeitada na hora que o colaborador for abastecer o item. Essa identificação também auxilia no momento que o responsável pelo abastecimento, for até o estoque verificar se o item está disponível para abastecer, ou se será necessário gerar um pedido à LAF.

 

CONCLUSÃO

Por ser um método que não exige muitos recursos financeiros, é um projeto viável de ser implantado no hospital. Ainda na estruturação do processo, foram sendo criadas ferramentas facilitadoras para a elaboração dos pedidos, como no caso dos gabaritos com as quantidades de acordo com o consumo médio diário necessário para abastecer um bin, de forma que seja possível elaborar um pedido com a utilização do gabarito.

Para que ocorra a implementação, entretanto, é necessária a sensibilização da equipe visto que esta ferramenta exige disciplina para efetuar corretamente todas as etapas do processo.

 

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Recebido: 28 abril 2017 Publicado: 07 junho 2017

Correspondência: Ingrid da Rosa Fuccia – Divisão de Farmácia HCFMUSP - Av. Dr. Enéas Carvalho Aguiar, 255 – 8º andar, bloco 5 - Cerqueira César, São Paulo-SP, CEP 05403-000 - Tel.: (11) 2661 6616 – E-mail: ingridfuccia@gmail.com

Conflito de Interesses: os autores não declararam conflito de interesses

 

 

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