Rev. Adm. Saúde (On-line), São Paulo, v. 20, n. 81: e255, out. – dez. 2020, Epub 27 dez. 2020

http://dx.doi.org/10.23973/ras.81.255

 

 

ARTIGO DE REVISÃO

 

Absenteísmo por motivo de doença em profissionais da saúde em um hospital público: uma revisão

Absenteeism for reasons of disease in health professionals in a public hospital: a review

Andressa Cristine Buranhaem Viana1, Islane Cristina Martins2

 

 

1. Graduada em Administração. Servidora pública na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte MG.

2. Biomédica. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Aplicada à Saúde da UFMG, Belo Horizonte MG.

 

 

RESUMO

Introdução: Conhecer o perfil de morbidade e os aspectos que levam ao absenteísmo é de extrema relevância, pois permite o planejamento de ações para promover ambientes saudáveis, previne doenças e auxilia na identificação e tratamento oportunos. Objetivo: Realizar uma revisão integrativa da literatura a fim de compreender o perfil do absenteísmo em diversos profissionais da área da saúde em um hospital público. Materiais e métodos: Foi feita, em junho de 2020, uma busca de referência com os descritores ‘’Absenteísmo-doença” AND ‘’Pessoal de Saúde” nas bases de dados Periódicos CAPES, Google Acadêmico e PUBMED. Pelos critérios de elegibilidade, 08 estudos se adequaram aos parâmetros estipulados. Resultados: O perfil, identificado pelos estudos, com maior índice de absenteísmo foi: pessoas do sexo feminino, entre 40 e 50 anos, com nível médio de escolaridade e tempo médio de trabalho na instituição entre 3 e 6 anos. Além disso, as doenças do sistema osteomuscular e do sistema conjuntivo e os transtornos mentais e comportamentais foram os principais responsáveis pelos afastamentos. Conclusão: O absenteísmo pode ser entendido como um fenômeno multifatorial. No entanto, após o estudo, identifica-se a existência de um perfil de acometidos e de tipos de doenças com maior influência no absenteísmo dos hospitais públicos. Uma das limitações verificadas no estudo é a concentração de pesquisas em categorias profissionais específicas, em detrimentos das demais categorias.

Palavras-chave: Absenteísmo-doença, Pessoal de saúde, Hospital Público.

 

ABSTRACT

Introduction: Knowing the morbidity profile and the aspects that provokes the absenteeism is extremely relevant, as it allows the planning of actions to promote healthy environments, prevent diseases and help in the identification and timely treatment. Objective: Carrying out an integrative literature review in order to understand the profile of absenteeism in various health professionals in a public hospital. Materials and methods: It was made a reference search in June 2020, with the descriptors “Absenteeism-disease” AND “Health Personnel” in the CAPES, Google Scholar and PUBMED periodical databases. By the eligibility criteria, 08 studies were adapted to the stipulated parameters. Results: The profile identified by the studies with the highest rate of absenteeism was female people, between 40 and 50 years old, with high school level of education and average time working at the institution between 3 and 6 years. In addition, diseases of the musculoskeletal and connective systems and mental and behavioral disorders were primarily responsible for the leave. Conclusion: Absenteeism can be viewed as a multifactorial phenomenon. Nevertheless, after the study, the existence of a profile of people affected and types of diseases with greater influence on absenteeism in public hospitals is identified.

Keywords: Absenteeism-disease, Health personnel, Public Hospital.

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde define que ‘’saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença’’(1). Desse modo, todas as categorias profissionais responsáveis por esta gama ampliada de ações em saúde devem ser incluídas na listagem oficial de profissões que atuam na saúde(1).


A saber, a cartilha de regulação do trabalho em saúde, apresenta a seguinte figura abaixo de categorias profissionais na área da saúde e seu respectivo contingente em 2002(2).

 

Figura 1. Quantitativos de emprego de saúde por categoria profissional, Brasil 2002. Fonte: Câmara de Regulação do trabalho em Saúde (2)

 

Com isso, é possível entender não apenas a quantidade de pessoas que trabalham na área da saúde (direta ou indiretamente) mas também a quantidade de pessoas que são influenciadas pelas políticas institucionais do local que trabalham e pelo ambiente hospitalar em si.

Isto é, o ambiente hospitalar é considerado um local insalubre, perigoso e um possível causador de adoecimento devido ao sofrimento psíquico de lidar com pessoas enfermas, com a eminência da morte, com o risco de contaminação etc. (3).

Além disso, o adoecimento gerado pelo acúmulo desses fatores e das demais inadequações profissionais, pode levar o profissional a precisar se afastar, temporariamente, dessa rotina de trabalho. Esse fenômeno é conhecido como absenteísmo(3).

Portanto, o absenteísmo no sentido lato é a ausência ao trabalho. Porém, essa ausência pode ser especificada em cinco motivos: absenteísmo legal, compulsório, voluntário, por patologia profissional e por doença(3).

A saber, o absenteísmo por doença é a ausência por alguma enfermidade ou pela necessidade de algum procedimento médico. Esse tipo de falta ao trabalho deve ser comprovada por atestados médicos e pode ocorrer por diversos fatores, laborais ou não(3).

Por isso, os aspectos da organização do trabalho devem ser avaliados, para que se identifiquem situações potencialmente causadoras da depreciação da saúde do indivíduo. Além disso, é importante destacar que essas situações de risco afetam não apenas o trabalhador em questão, mas toda a coletividade(4).

Isto é, no contexto hospitalar, a ausência do servidor ao trabalho pode gerar prejuízo ao usuário do sistema público de saúde, ao próprio servidor ausente, ao servidor presente e à instituição(5).

Nesse sentido, o estudo do absenteísmo na área da saúde e de suas especificidades, é de extrema importância. Um levantamento feito com os segurados da Previdência Social aponta que, em 2015, foram contabilizados no órgão, 1.665.934 auxílios-doença concedidos, movimentando cerca de 2 milhões de reais aos cofres públicos. Desse modo, conhecer o perfil de morbidade e os aspectos que resultam nos afastamentos permite o planejamento de ações em promoção de ambientes saudáveis, a prevenção de doenças e agravos, a identificação e o tratamento oportunos(6).

Por isso, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão integrativa da literatura para entender o perfil do absenteísmo em profissionais da área da saúde em um hospital público.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi feito um levantamento da literatura em junho de 2020, nas bases de dados Periódicos CAPES e Google Acadêmico. Os descritores utilizados foram os seguintes: “Absenteeism-disease” AND “Health Personnel” em todas as bases de dados. Foram selecionados 8 artigos sendo incluídos segundo os critérios de elegibilidade conforme a Figura 2. Os critérios de inclusão foram: artigos nos idiomas inglês, espanhol e português, nos últimos cinco anos, envolvendo o conhecimento sobre o absenteísmo por motivos de doença que acomete os profissionais que trabalham na área da saúde. Os critérios de exclusão foram artigos de revisão de literatura ou metanálise.

Figura 2. Fluxograma e critérios de seleção e inclusão de artigos.

 

 

RESULTADOS

Os resultados do presente estudo encontram-se na Tabela 1.


 


Tabela 1. Demonstrativo dos artigos que integram a revisão integrativa.

#

Ano

Título

Objetivos

Resultados

1

2019

Absenteísmo-doença entre profissionais de saúde de um hospital público estadual em São Paulo

Caracterizar o perfil do absenteísmo-doença da equipe de enfermagem e da equipe médica de um hospital público estadual de São Paulo no período de 2011 a 2013

A categoria profissional mais acometida pelo absenteísmo-doença foram os auxiliares de

enfermagem, sendo o pronto-socorro adulto o setor com o maior número de afastamentos, alcançando 11.460 dias. Nesse mesmo setor, a maior parte dos motivos de adoecimento deveu-se a doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo e a transtornos mentais e comportamentais.

2

2018

Absenteísmo dos servidores de diferentes regimes de trabalho da Atenção Básica de Saúde em um município de médio porte

Descrever os absenteísmos dos servidores estatutários e celetistas da Atenção Básica de um município de médio porte

As doenças do Grupo 3 (Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo) foram as que mais causaram absenteísmo com 2614 (13%) atestados. Entre os servidores estatutários, o cargo de maior prevalência de atestados motivados por doenças dos 3 Grupos, foi o de Agente Comunitário de Saúde com 1333 (44,07%), enquanto entre os servidores celetistas, foi o cargo de Auxiliar de Enfermagem com 460 (23,8%).O maior percentil dos servidores analisados encontra-se no sexo feminino com 407 (86,2%) servidores. A distribuição dos servidores por faixa etária apresentou maior prevalência na faixa etária entre 41-50 anos com170 (36%).

3

2018

Perfil epidemiológico do absenteísmo-doença na Fundação Oswaldo Cruz no período de 2012 a 2016

Estabelecer a prevalência e o perfil de licenças médicas na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), entre 2012 e 2016

A taxa de acidentes de trabalho foi de 2,30% do total de licenças e a de absenteísmo, de 2,89%. As desordens musculoesqueléticas (21,2%), os transtornos mentais e comportamentais (13,1%) e as causas externas (11,3%) foram as principais causas de afastamento, e os transtornos mentais apresentaram a maior mediana de dias de afastamento (30,00). As mulheres (OR=4,08), os que ocupam cargos técnicos (OR=2,86), os trabalhadores na faixa etária de 25 a 34 anos (OR=2,68) e as unidades de produção (OR=176,30) e hospitalares (OR=34,05) apresentaram as maiores chances de licença.

4

2017

Percepção dos servidores do pronto socorro do hospital geral de palmas sobre seus afastamentos e suas implicações na prática profissional

Analisar a percepção que os profissionais da saúde do Pronto Socorro do HGP têm sobre seus afastamentos e suas implicações para prática profissional.

Observa-se que os profissionais da saúde do Pronto Socorro, percebem que seus afastamentos para tratamento da saúde estão relacionados com fatores do trabalho, bem como, visualizam as dificuldades que este afastamento traz para o serviço. Quanto ao perfil do absenteísmo, verificamos que 85,5% dos afastamentos é de mulheres e 14,5% é de homens. As doenças que apresentaram maior incidência tanto em homens como em mulheres foram doenças osteomusculares em 25,42% das mulheres e 28,7% dos homens, transtorno mental em 6,55% das mulheres e 12,03% dos homens e doenças oftalmológicas em 2,8% das mulheres e 9,25% dos homens. Observamos, ainda, que o maior número de afastamentos (cerca de 45%), tanto de homens, como mulheres, é nas idades entre 31/40 anos.

5

2017

 

O absenteísmo entre os trabalhadores de saúde de um hospital público do sul do brasil

Caracterizar o perfil de adoecimento dos trabalhadores de saúde e seu absenteísmo, em um hospital público na região sul do Brasil.

Foram registrados 2.309 afastamentos do trabalho no ano. Trabalhadores do sexo feminino apresentaram 1.949 (84,4%) dos afastamentos e a faixa de idade compreendida entre 21 e 30 anos teve maior frequência de afastamentos com 1.551 (67,2%). Quanto ao afastamento por categoria profissional, foram 100 (4,3%) de enfermeiros, 635 (27,5%) de técnico em enfermagem e 628 (27,1%) de auxiliares de enfermagem; as outras categorias representam 946 (41%) do total de afastamentos do trabalho no período de 2013. Observou-se a prevalência de doenças do sistema osteomuscular (16,4%), sendo a mais frequente a dorsalgia (7,14%).

6

2017

Fatores de risco para absenteísmo de curta duração em um hospital de médio porte

Investigar a associação entre a prevalência de absenteísmo-doença e as características individuais, os hábitos e o estilo de vida, o estado de saúde e as condições de trabalho entre trabalhadores de um hospital filantrópico de médio porte.

Verificou-se a prevalência de absenteísmo nas seguintes categorias: sexo feminino28 (29,5%), faixa etária entre 33 e 40 anos 13 (40,6%), nível de escolaridade: ensino médio 20 (30,8%), tempo de emprego entre 3 e 6 anos 10 (43,5%). A maior parte dos respondentes afirma ter doenças ocupacionais 10 (55,6%), com destaque para tendinites

7

2017

Absenteísmo em dois hospitais públicos de Minas Gerais: perfil epidemiológico

Traçar o perfil epidemiológico do absenteísmo em dois hospitais públicos do interior de Minas Gerais.

Foram analisadas 1.772 licenças médicas de 603 servidores, sendo a maioria enquadrada no grupo de profissionais de enfermagem (PENF) (57,4 %). As principais causas de afastamento foram doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, seguido das injúrias respiratórias. Quanto ao perfil sociodemográfico, as mulheres representaram a maior parte dos casos analisados (73,6%), e a faixa etária com o maior índice de absenteísmo foi entre 30 e 49 anos (52%).

8

2016

Análise do absenteísmo por doença em uma unidade de urgência e emergência do Hospital Universitário de Brasília

Analisar o absenteísmo por doença na Unidade de Urgência e Emergência do Hospital Universitário de Brasília.

Os profissionais do setor de urgência e emergência que submeteram atestados neste período em sua maioria são mulheres (88,1%), com idade média de 40,63 anos, a carga horária de trabalho desses profissionais varia de 30 a 44 horas semanais. A categoria profissional que mais submete atestados médicos são os técnicos/auxiliares de enfermagem e o CID de maior incidência é o M54.5 (dor lombar baixa) e o A09 (diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível).

 

 

DISCUSSÃO

O objetivo do presente artigo foi traçar o perfil do absenteísmo-doença em trabalhadores de um hospital público. Para tanto, reuniu-se diversos estudos a fim de entender, entre outros fatores, quais as principais enfermidades responsáveis por afastar o funcionário de ambiente de trabalho e qual o perfil mais acometido por elas.

A saber, todos os estudos apontam o gênero feminino como o que possui um maior índice de faltas. Esse fato pode ser justificado pelo “predomínio de mulheres em atividades que demandam relações de atenção e cuidado(6)” Em 2007, por exemplo, a porcentagem de mulheres na rede básica do SUS Campinas era de 93,6%(7).

Não só isso, mas alguns estudos também apontam como causas desse absenteísmo feminino a dupla jornada de trabalho, ou seja, a sobreposição de afazeres domésticos, familiares dependentes e jornada de trabalho propriamente dita.(8).

Além disso, um outro fator estudado foi a faixa etária. 50% dos estudos identificam a faixa etária entre 40 e 50 anos como a maior responsável pelos índices de absenteísmo. Em segundo lugar ficou a faixa etária entre os 33 e 39 anos (37,5%)(3,6,8–13).

Esse fenômeno pode ocorrer devido ao fato de essa faixa etária mais jovem ter uma maior probabilidade de ritmo de trabalho intenso, vida familiar com filhos na juventude e possível duplo vínculo de trabalho o que pode agravar os riscos de adoecimento(14).

Bem como, outro agente preponderante nos índices de absenteísmo foi a categorias profissional. As categorias com maior ocorrência de absenteísmo de acordo com a síntese foram os técnicos e auxiliares em enfermagem (62,5% dos estudos)(3,6,8–13).

Não só essa, mas as categorias “demais profissionais de assistência” (25% dos estudos) e “agentes comunitários de saúde” (12,5% dos estudos) também tiveram representatividade na síntese(3,6,8–13).

Isso se deve ao fato de os trabalhadores de assistência (enfermeiros, técnicos, auxiliares etc.) representarem, historicamente, o maior número de trabalhadores de saúde no cenário nacional(12).

Além disso, esses profissionais estão mais expostos a fatores de risco e a diferentes tipos de atividades ao longo da assistência, podendo influenciar no afastamento e adoecimento ao longo dos anos.

Nesse sentido, o objeto principal desse estudo, as principais doenças responsáveis por ausentar os trabalhadores foram as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (62,5%), seguidas pelas doenças mentais e comportamentais (37,5%)(3,6,8–13).

A saber, a exposição constante a longos plantões, o ritmo exacerbado de produção, o excesso de demandas, o transporte e a movimentação de pacientes e as longas horas em pé geram sobrecargas no sistema osteomuscular e no tecido conjuntivo gerando doenças(13).

Além disso, a complexidade da instituição hospitalar que, ao mesmo tempo, possui demandas inadiáveis dos pacientes e não permite uma padronização excessiva, somada a necessidade de tratamento personalizado e integrado geram uma pressão mental significativa na equipe da saúde(13).

 Desse modo, essas cobranças culminam em problemas relacionais e no aumento da tensão, levando o trabalhador a desgaste mental e a situações agudas de estresse, responsável pelas doenças mentais e comportamentais apontadas no levantamento(13).

Um exemplo disso é um estudo feito em São Paulo que aponta o adoecimento mental como a terceira maior causa de concessão de benefício auxílio-doença por inaptidão laborativa no Brasil(15).

Contudo, a síntese dos estudos analisados demonstra não só a prevalência das doenças osteomusculares e mentais como também (apesar da ocorrência em menor escala) das doenças do aparelho respiratório(25%) e digestivo(3,6,8–13).

Dito isso, alguns dos estudos da síntese também levantaram fatores como a escolaridade e o tempo de emprego como fatores importantes a serem considerados no risco de absenteísmo(13).

Isto é, quanto a escolaridade houve uma prevalência de absenteísmo entre os indivíduos que possuíam nível médio (25%). Já no quesito tempo de emprego, 12,5% dos autores encontraram uma prevalência de falta entre os trabalhadores com 3 a 6 anos de emprego(13).

Por fim, frente as complexidades do ambiente hospitalar e dos processos internos de trabalho, destaca-se a necessidade de que os gestores incentivem a participação dos trabalhadores na criação de estratégias de combate ao absenteísmo(12).

Um exemplo disso, é a implantação de políticas organizacionais, como a adequação e dimensionamento das escalas aos trabalhadores de saúde; melhorias na ergonomia, na infraestrutura e nos equipamentos; criação de protocolos de manuseio de pacientes e a utilização de inovações tecnológicas que visem melhorar os ambientes de trabalho e promover a saúde do trabalhador”(12).

 

CONCLUSÃO

O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão integrativa da literatura a fim de caracterizar o perfil do absenteísmo-doença em trabalhadores da área da saúde, em um hospital público.

A saber, quanto aos aspectos sociodemográficos, o absenteísmo-doença, na maioria dos casos, ocorre no sexo feminino, entre os 40 e os 50 anos e entre trabalhadores com nível médio de escolaridade.

Além disso, ao analisar os profissionais mais afetados, identifica-se um predomínio do adoecimento em técnicos e auxiliares de enfermagem com tempo de trabalho, em média, entre 3 e 6 anos.

Bem como, os estudos analisados apontam as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo como a maior causa de absenteísmo por motivo de doença, seguidas pelas doenças mentais e comportamentais.

Nesse sentido, as limitações da pesquisa estão na escassez de estudos que tenham uma amostra representativa de todas as categorias que trabalham no hospital. A maior parte dos estudos encontrados sobre o absenteísmo na área da saúde focam apenas em áreas especificas, como por exemplo, a área de assistência (técnicos e enfermeiros).

Por fim, é necessário ressaltar a importância dos estudos sobre absenteísmo na área da saúde, no geral, como forma de avaliar, de forma holística, os processos internos e a gestão hospitalar.

Não só isso, mas a compreensão do adoecimento laboral permite a implantação de ações para reduzi-lo e, consequentemente, colabora para a melhoria da saúde dos trabalhadores e da qualidade dos serviços prestados.

 

 

REFERÊNCIAS

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Recebido: 23 de novembro de 2019. Aceito: 20 de dezembro de 2020

Correspondência: Andressa Cristine Buranhaem Viana.  E-mail: andressa.viana90@yahoo.com.br

Conflito de Interesses: os autores declararam não haver conflito de interesses.

 

 

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