Proposta de metodologia para ações de qualidade de vida no trabalho em serviços de saúde

Milton M. Osaki, Marcelo Pustglione

Resumo


Introdução: A gestão de pessoas deve desenvolver ações que possibilitem às organizações a plena consecução de suas missões, neste caminho, a promoção do bem-estar e a busca da satisfação dos profissionais, através de práticas que contemplem a diversidade de suas necessidades, devem ser consideradas como fundamentais. Aceita-se que a valorização humana e consequente qualidade de vida no trabalho permitam a obtenção de resultados significativos para a organização. Qualidade de vida no trabalho: Em um conceito estrito, envolve a manutenção e preservação da saúde física, incluindo a garantia de condições saudáveis e seguras de trabalho, mas em um conceito mais amplo (qualidade final de um serviço prestado) envolve outros fatores relacionados aos recursos da organização e a inserção social do profissional. Equação da qualidade final: A gestão da qualidade do produto final pode ser representada por uma equação onde a qualidade final dependerá dos fatores: 1) qualidade dos recursos disponíveis para prestadores e usuários; 2) qualidade técnico-operacional, isto é, a forma mais adequada de executar o processo de trabalho; 3) qualidade de vida no trabalho, ou seja, a disponibilização ao trabalhador de condições saudáveis e seguras de trabalho; e 4) qualidade de vida geral, aquela ofertada ao conjunto da população da qual o trabalhador também faz parte. Propostas de ações: 1) qualificação do ambiente de trabalho (conforto, instalações e equipamentos ergonômicos); 2) evitar situações estressoras ocupacionais relacionadas à jornada, repressão à iniciativa profissional, má comunicação entre níveis hierárquicos, falta de perspectiva de ascensão pessoal, etc.; 3) controle dos riscos ocupacionais conforme e aderente as normas regulamentadoras oficiais da área; 4) promoção, prevenção e proteção às doenças e anomalias clínicas comuns como obesidade, tabagismo, alcoolismo, diabetes e hipertensão arterial, junto a promoção de hábitos saudáveis como atividade física, lazer, alimentação correta; 5) oferta de programas de educação financeira, preparação para aposentadoria, envelhecimento saudável, apoio à mãe trabalhadora, etc. Discussão e Conclusão: Cabe ao serviço de saúde ocupacional da organização desenvolver os programas de qualidade de vida no trabalho e qualidade de vida geral, monitorar indicadores de resultados como índice de absenteísmo e taxa de acidente de trabalho, promover a melhoria contínua utilizando-se de ferramentas como o ciclo PDCA, e promover parcerias com as comissões de trabalhadores e de infecção hospitalar. A conscientização tanto do trabalhador como do gestor para o desenvolvimento da cultura prevencionista é fundamental para a satisfação do profissional e melhoria da qualidade no atendimento do usuário do serviço de saúde.

 

Palavras-chave: Qualidade de Vida; Gestão de Pessoas; Saúde Ocupacional; Serviços de Saúde

 

ABSTRACT

Introduction: People management must develop actions that enable organizations to fully achieve their missions, in this way, promoting well-being and seeking the satisfaction of professionals, through practices that contemplate the diversity of their needs, should be considered as fundamental. It is accepted that human valorization and consequent quality of life at work allow the achievement of significant results for the organization. Quality of life at work: In a strict concept, it involves the maintenance and preservation of physical health, including the guarantee of healthy and safe working conditions, but in a broader concept (final quality of a service provided) involves other factors related to resources of the organization and the social insertion of the professional. Final quality equation: Quality management of the final product can be represented by an equation where the final quality will depend on the factors: 1) quality of the resources available to suppliers and users; 2) technical-operational quality, that is, the most adequate way of performing the work process; 3) quality of life at work, that is, the availability to the worker of healthy and safe working conditions; and 4) general quality of life, that offered to the whole population of which the worker is also a part. Proposals for actions: 1) qualification of the working environment (comfort, facilities and ergonomic equipment); 2) avoiding occupational stressors related to the journey, repression of professional initiative, poor communication between hierarchical levels, lack of perspective of personal ascension, etc.; 3) control of occupational risks according to and adhering to the official regulatory standards of the area; 4) promotion, prevention and protection of diseases and common clinical abnormalities such as obesity, smoking, alcoholism, diabetes and hypertension, along with the promotion of healthy habits such as physical activity, leisure, proper nutrition; 5) offer financial education programs, preparation for retirement, healthy aging, support to the working mother, etc. Discussion and conclusion: It is up to the organization's occupational health service to develop quality of life programs at work and general quality of life, monitor outcome indicators such as absenteeism index and work accident rate, promote continuous improvement using tools such as the cycle PDCA, and promote partnerships with employee committees and hospital infection. The awareness of both the worker and the manager for the development of the prevention culture is fundamental for the satisfaction of the professional and improvement of the quality in the care of the user of the health service.

Keywords: Quality of Life; People management; Occupational Health; Health services.


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Acessado em 14/01/2019




DOI: http://dx.doi.org/10.23973/ras.74.153

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